DSP..., CUIDADO..., PORQUE MUITAS DAS VEZES O FEITIÇO SE VIRA CONTRA O
FEITIÇEIRO!!!
Guiné-Bissau: Sempre
na mesma tecla!
É bem provável que o
mediador da CEDEAO, Olusegun Obasanjo, saía de Bissau sem nenhum acordo ou
entendimento entre as partes desavindas… aliás, como era de esperar. Em
declarações à imprensa, Obasanjo disse que o presidente do PAIGC prefere que
sejam os tribunais a resolver o diferendo político, porque já é tarde.
Bem, ainda ontem eram
os militares os árbitros da Constituição e dos diferendos políticos;
Hoje pensamos ou
queremos que sejam os tribunais…
Mas, como já ficou
provado com as duas decisões contraditórias de um mesmo Tribunal Regional de
Bissau, as instituições judiciais do país são demasiadas fracas e vulneráveis
para serem encarregues de arbitrarem -- com a devida idoneidade e total
transparência – a presente crise institucional.
Os tribunais são
certamente (e sempre) desejáveis, quando funcionam de uma forma responsável,
isenta e independente e quando são guiados pelas leis, mas infelizmente, nem
sempre é assim. A Guiné-Bissau não é uma excepção.
Basta vos lembrar o
recente caso dos 34 juízes da Alta Corte e doutros Tribunais Distritais de Gana
que foram suspensos ou condenados à prisão devido aos subornos, envolvendo
outros 180 funcionários do serviço judiciário do país. Quem diria Gana?!
Também basta
lembrarmos o caso dos magistrados portugueses expulsos de Timor-Leste, em Março
de 2014, alegadamente por “incidentes referentes a irregularidades jurídicas,
tanto materiais, como processuais, que vêm [vinham] contaminando os processos…”
nacionais do país. Quem diria magistrados portugueses?!
Servindo-se destes
dois exemplos recentes e tendo em conta as possíveis vulnerabilidades
individuais e institucionais como é o caso da Guiné-Bissau, a classe política
nacional tem que ser capaz de colocar (em primeiro plano) os interesses e as
aspirações do país e do seu povo. Até porque por detrás de boas leis, tem que
existir SEMPRE uma boa vontade política e individual de cada um.
Assim, o fim do ciclo
de instabilidades políticas dependerá não só da defesa dos interesses
superiores do país, mas sobretudo da adopção de uma postura cidadã, patriótica
e de irmandade política e nacional.
Ainda querem mais um
exemplo? Haiti… Apesar de ser independente desde 1804 (há 215 anos) é
certamente um dos países mais instáveis do mundo — política, social e economicamente.
Guiné-Bissau: temos
que deixar de bater sempre na mesma tecla… para o bem daquilo que ainda no
resta, o chão que nos viu nascer!
E se continuarmos a
“guerrear” irresponsavelmente como tem sido até aqui, nem nós e nem os nossos
filhos usufruir-se-ão desta linda terra dos nossos avós.
Umaro Djau, 10 de Fevereiro de 2016
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