quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

DSP..., CUIDADO..., PORQUE MUITAS DAS VEZES O FEITIÇO SE VIRA CONTRA O FEITIÇEIRO!!!

Guiné-Bissau: Sempre na mesma tecla!
É bem provável que o mediador da CEDEAO, Olusegun Obasanjo, saía de Bissau sem nenhum acordo ou entendimento entre as partes desavindas… aliás, como era de esperar. Em declarações à imprensa, Obasanjo disse que o presidente do PAIGC prefere que sejam os tribunais a resolver o diferendo político, porque já é tarde.
Bem, ainda ontem eram os militares os árbitros da Constituição e dos diferendos políticos;
Hoje pensamos ou queremos que sejam os tribunais…
Mas, como já ficou provado com as duas decisões contraditórias de um mesmo Tribunal Regional de Bissau, as instituições judiciais do país são demasiadas fracas e vulneráveis para serem encarregues de arbitrarem -- com a devida idoneidade e total transparência – a presente crise institucional.
Os tribunais são certamente (e sempre) desejáveis, quando funcionam de uma forma responsável, isenta e independente e quando são guiados pelas leis, mas infelizmente, nem sempre é assim. A Guiné-Bissau não é uma excepção.
Basta vos lembrar o recente caso dos 34 juízes da Alta Corte e doutros Tribunais Distritais de Gana que foram suspensos ou condenados à prisão devido aos subornos, envolvendo outros 180 funcionários do serviço judiciário do país. Quem diria Gana?!
Também basta lembrarmos o caso dos magistrados portugueses expulsos de Timor-Leste, em Março de 2014, alegadamente por “incidentes referentes a irregularidades jurídicas, tanto materiais, como processuais, que vêm [vinham] contaminando os processos…” nacionais do país. Quem diria magistrados portugueses?!
Servindo-se destes dois exemplos recentes e tendo em conta as possíveis vulnerabilidades individuais e institucionais como é o caso da Guiné-Bissau, a classe política nacional tem que ser capaz de colocar (em primeiro plano) os interesses e as aspirações do país e do seu povo. Até porque por detrás de boas leis, tem que existir SEMPRE uma boa vontade política e individual de cada um.
Assim, o fim do ciclo de instabilidades políticas dependerá não só da defesa dos interesses superiores do país, mas sobretudo da adopção de uma postura cidadã, patriótica e de irmandade política e nacional.
Ainda querem mais um exemplo? Haiti… Apesar de ser independente desde 1804 (há 215 anos) é certamente um dos países mais instáveis do mundo — política, social e economicamente.
Guiné-Bissau: temos que deixar de bater sempre na mesma tecla… para o bem daquilo que ainda no resta, o chão que nos viu nascer!
E se continuarmos a “guerrear” irresponsavelmente como tem sido até aqui, nem nós e nem os nossos filhos usufruir-se-ão desta linda terra dos nossos avós.

Umaro Djau, 10 de Fevereiro de 2016

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