São muitos os guineenses que precisam de solidariedade, de compreensão, de tolerância, de apoio psicológico e espiritual, pelos traumas causados pela barbárie de todos os regimes de Governação, alegadamente, em nome dos interesses superiores da Guiné-Bissau, que ceifaram vidas humanas de milhares de irmãos nossos e cujos familiares/descendentes, nem sequer tiveram direito a um Pedido de Desculpa/Perdão, de cada novo regime que assumiu o poder...
É fácil julgar atitudes e comportamentos de filhos e familiares de vítimas da barbárie, mas difícil colocarmo-nos na situação deles;
É fácil dizer que passado é passado, quando não fomos directa ou indirectamente, vítimas da barbárie...
Claro está que seria excelente, que todos os prejudicados fossem pessoas "anormais" e por isso, insensíveis, a tudo por que passaram e continuam a passar...
Não quero com isto, sustentar a tese da promoção do ódio e da vingança, como forma de ultrapassar os prejuízos (sem retorno) para as famílias prejudicadas, porém, é preciso insistir, na questão de reconhecimento da barbárie que ceifou a vida a milhares de cidadãos guineenses, promover a valorização da vivência e da convivência entre os guineenses em particular e entre todos os humanos em geral, para que, todos se libertem do instinto da vingança e da "cultura" do ódio.
Achamos bem homenagear cidadãos que se destacam ao serviço da sociedade e da causa nacional, como acharíamos bem, que as novas autoridades nacionais, dessem um exemplo digno do termo, tendo em conta a reconciliação nacional como garante da unidade nacional.
Haja coragem para, em nome do Estado; em nome da República da Guiné-Bissau, lançarmos as sementes da reconciliação nacional, olhando para trás, para a nossa história recente... para tantas atrocidades cometidas e certamente, teremos presente que, devemo-nos perdoar, perante tantos MALES praticados.
Ao Presidente da República, Dr. José Mário Vaz, lanço o desafio de promover a reconciliação, a paz e a estabilidade na Guiné-Bissau, assumindo os erros do passado, que não sendo seus, são do nosso Estado, fazendo com que, todos os familiares das vítimas da barbárie ao longo de quase quarenta e dois anos de independência da Guiné-Bissau, se sintam consolados por acções de solidariedade, de compreensão, de tolerância, de apoio psicológico e espiritual das novas autoridades do país e de todo o nosso povo.
Positiva e construtivamente,
Didinho 06.01.2015
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