sábado, 10 de janeiro de 2015

CARTA ABERTA

À Sua Excelência Senhor Presidente da República da Guiné-Bissau,
Dr. José Mário Vaz  e a todas as entidades nacionais e estrangeiras acreditadas na nossa terra.


Excelências,
Compatriotas,

Quem ainda tem duvidas de que a “má governação” (corrupção, prepotência política, delinquência dos agentes do Estado, etc.) constitui, ao longo dos últimos anos, o fator determinante das convulsões políticas, na nossa terra?

O estádo de desenvolvimento em que o nosso país se encontra, só por si, explica o tipo de gestão da “coisa pública” implementada durante quarenta anos de independência.  Até parece que não temos chuva nem jardineiros, à altura, para cuidar das “sementes” de democracia e da liberdade plantadas pela heroica luta armada de libertação, e fazê-las germinar tranquilamente, hoje, como acontece em muitas outras comunidades políticas do nosso planeta terra.

Senhor Presidente,
Compatriotas,
A liberdade de expressão, é o suporte vital da democracia e da liberdade. Ela é ponto de partida para a liberdade. E está consagrada no artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948.

Os nossos preceitos constitucionais estão em harmonia com a DUDH. O n.º 1 do artigo 51.º da Lei, “todos têm direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento por qualquer meio ao seu dispor, bem como informar e ser informado sem impedimento nem descriminações”

E Sua Excelência Senhor Presidente, em consonância com os princípios civilizacionais e modernos, encorajou aos cidadãos, dizendo -  na tomada de posse do atual Procurador-Geral da República –  que “as denúncias e criticas fundamentadas são bem-vindas porque queremos que com a nossa presidência, o medo seja parte do passado.
Quem não quer críticas ou ser denunciado deve ficar em sua casa, porque quem aceita o exercício de cargo público tem de ser descortinado pela sociedade dentro dos limites previstos na Lei, e que não seja motivadas por intenções maléficas, tais como: inveja, ódio, calúnia, difamação ou ajuste de contas”.

São princípios que sempre nortearam as minhas ações, enquanto bloguista. Contudo, não se pode garantir que a mensagem de Vossa Excelência tivesse o mesmo impacto em todos os espíritos. Curiosamente, a ideia parece ter entrado no ouvido da Ministra da Justiça, do atual Governo, Carmelita Pires e saiu do outro.

Em dezembro passado, após ter regressado a minha casa em Manchester- Inglaterra, onde vivo com a minha família, surpreendentemente, uma semana depois, vim a saber que a Ministra da Justiça, Carmelita Pires, terá decretado, de forma sumária, a minha prisão, alegando a “defesa da honra” por ter sido “ultrajada” num artigo publicado no meu blogue cuja opinião teria sido de um leitor assidúo do mesmo ( meu blog ) e bem identificado com o seu respectivo e- mail.  

Ora, a senhora Ministra, para além de ignorar o princípio básico estatuído no n.º 2 do artigo 38.º da Lei que diz: “ninguém pode ser total ou privado de liberdade, a não ser da consequência da sentença judicial condenatória pela prática do ato punido pela lei com pena de prisão ou de aplicação judicial de medida de segurança”.

Será a Ministra, Carmelita Pires e o Governo a que pertence, não escutaram a mensagem de Vossa Excelência que chamava atenção de todos os guineenses no sentido de virarem a página e lembrarem que “ já lá vai o tempo em que ser dirigente no Estado, para além de ser um privilégio era, simultaneamente, uma forma de resolver problemas pessoais, de familiares e amigos ? 

Será que a senhora Ministra, Carmelita Pires, com esta atitude prepotente pretende negar a realidade sobejamente reconhecida pela maioria dos leitores de que o Doka Internacional segue uma linha editorial de verdade, transparência e imparcialidade?

Excelências,
Compatriotas,

Não sou cartoonista, mas “Je suis Charlie” e amo a liberdade! Nunca ofendi “deus” de ninguém e muito menos o da Ministra da Justiça, Carmelita Pires

Por isso, recuso-me, terminantemente, a acatar a ordem sumária decretada por ela, sem que haja sentença judicial que me condene.
Já não estamos nos tempos do antigamente e a nossa Lei é clara nessa matéria. 

Recordo-me que o Senhor Presidente declarou uma vez que não se revia no atual poder judicial e julgava ser também esse o sentimento de quase todos os guineenses e até da maioria dos magistrados.

Olha, não se enganou! Mas, em democracia, o caminho da razão é o da justiça em tribunal. Nessa ordem de ideia e para que o braço-de-ferro tome proporções mais graves, rogo os bons ofícios Vossas Excelências, no sentido de utilizarem a Vossa magistratura de influência no sentido de ajudar a dirimir este diferendo com a senhora Ministra em causa, demitindo do Governo para que possamos estar presentes em tribunal, em pé de igualdade.

Viva Guiné-Bissau
Viva a Democracia
Viva a Liberdade

Doka Internacional- A verdadeira vôz dos injustiçados e sempre na linha da frente mostrando e lutando pela verdade em defesa do bem.

Obs:
Neste preciso momento, foi dado instruções aos meus advogados já constituídos para que seja feita uma carta a todas as entidades nacionais e estrangeiras acreditadas na nossa terra, desde Nações Unidas, União Europeia, Embaixadas, etc, para que sejam entregues as mesmas nas próximidades da data do meu regresso, caso eu venha a Bissau.  E mais, procurarei para que todos os orgãos de comunicação social estejam no aeoroporto no dia da minha chegada, porque os orgãos de comunicação social como disse o sueco JULIAN ASSANGE que se encontra refugiado na embaixada do Equadôr em Inglaterra, de que eles ( os orgãos de comunicação social, são os olhos e os ouvidos do mundo )

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