sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Fernando Casimiro



Importa às autoridades da Guiné-Bissau terem presente a Estatégia para o Desenvolvimento Socioeconómico do país que pretendem projectar, entre realismos estruturais; potencialidades; carências e necessidades imediatas, a curto, médio ou a longo prazo, para que as PRIORIDADES visando esse DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÓMICO, não colidam com manifestações de interesses, populistas, ou com visões simplistas do tipo " copy and paste" o país tal tem isto e aquilo, que nós não temos, por isso, devemos seguir os seus passos, fazendo o que eles fizeram para ter o que têm.
A meu ver, na minha modesta opinião sobre o Desenvolvimento Social e Económico, não se deve deixar de tomar conhecimento, acompanhar os degraus do processo de Desenvolvimento de outros países e povos.
A questão que se coloca em relação à Guiné-Bissau e é aqui que parte o incentivo para esta análise, não é que o país seja pobre; sem potencialidades; sem RECURSOS HUMANOS e NATURAIS;
À Guiné-Bissau, faltam ESTRUTURAS FÍSICAS para a promoção e implementação do DESENVOLVIMENTO, na sua concepção global.
Não temos capacidade de abastecimento/ fornecimento de energia eléctrica para projectarmos, por exemplo, a sustentação de indústrias transformadoras, e serviços gerais, na plenitude das suas necessidades de consumo energético. Só aqui, temos respostas mil, para os entraves ao nosso DESENVOLVIMENTO!
Não temos Hospitais, Escolas, Estradas, Instituições físicas do Estado etc., etc., em condições, porque ao longo de quase 42 anos de independência, a ganância de alguns sobrepôs-se ao Interesse Nacional, quiçá, à satisfação das necessidades colectivas.
Não temos aviões, navios, empresas públicas de referência etc., etc., porque, ao longo de 42 anos de independência, a ganância de alguns, sobrepôs-se ao Interesse Nacional, quiçá, à satisfação das necessidades colectivas.
Não temos ruas limpas; jardins públicos cuidados e apetrechados, porque... já todos sabemos!
Obviamente que não precisamos de mostrar as nossas falhas para enaltecermos o sucesso de outros países irmãos, que nos orgulham, por tudo quanto têm conseguido.
Não são os sucessos de terceiros que são os responsáveis pelas nossas falhas!
Somos nós, os culpados de termos o país que hoje temos. Mas somos e seremos sempre nós, guineenses, e nunca terceiros, a solução humana para a projecção do nosso DESENVOLVIMENTO!

Temos o país que temos...
Mas temos, certamente, muitos e valiosos RECURSOS HUMANOS, no país e no exterior, com capacidades/competências inquestionáveis, e disponíveis para ajudar as autoridades do país, na projecção das Estratégias de Desenvolvimento a vários níveis e nos mais variados sectores, tendo em conta o realismo do nosso país e a nossa Identidade enquanto povo multiétnico e multicultural.
Congratulamo-nos com os avanços de uns e de outros (países e povos); queremos igualmente subir patamares, mas temos que ter presente a nossa realidade, entre a amplitude do nosso potencial geográfico e demográfico.
Devemos orientar a projecção do nosso DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÓMICO através da partilha de experiências e considerando os sucessos de outros países e povos, não sou contra isso!
Porém, também devemos orientar a projecção do nosso DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÓMICO recorrendo directamente às FONTES de partilha de conhecimento e tecnologias que outros países recorreram em função das suas realidades e necessidades, como nós podemos recorrer, em função das nossas realidades e necessidades. É importante ter em conta que tal como não há pessoas iguais, assim também não há Estados iguais.
Mas o que acho indispensável nisto tudo, é a PARTICIPAÇÃO de ESTRUTURAS NACIONAIS, colectivas ou singulares, de referência interna ou externa, na busca de soluções realistas para o nosso DESENVOLVIMENTO...
O que acho indispensável nisto tudo, é a PARTICIPAÇÃO de JOVENS QUADROS nacionais na discusão, no debate e na projecção de um DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÓMICO para a Guiné-Bissau, que a eles também diz respeito.
Criemos as Estruturas físicas de suporte ao DESENVOLVIMENTO, tendo em conta as nossas prioridades e certamente, não precisaremos de solicitar projectos de desenvolvimento a terceiros, que nós próprios sabemos como fazer.
Há que evitar a todo o custo, a inoperacionalidade e a desvalorização dos nossos quadros, dos nossos recursos humanos, sobretudo os que estão no país. Há que incentivá-los a participar com ideias/sugestões, tendo em conta a inovação como alicerce motivador do DESENVOLVIMENTO!

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