sexta-feira, 27 de março de 2015

Promessas, e bolso vazio


Comunidade internacional promete à Guiné-Bissau 100 milhões de dólares por ano



A meta eram 1,8 mil milhões de dólares, para a década até 2025. O governo guineense regressa da conferência de doadores de Bruxelas com a promessa de 1,1 mil milhões de dólares, mais de 100 milhões de dólares por ano. Mas, para que as promessas se concretizem, terá de cumprir à risca as reformas com que se comprometeu.


Quando se anteviam dificuldades para alcançar os objectivos, num país que tem sido frequentemente esquecido pela comunidade internacional, as reacções gerais na quarta-feira foram de alívio, quando não de regozijo. Um dos portugueses com mais experiência no sistema ONU, Victor Ângelo, mostrou-se mais cauteloso.


“Os resultados preliminares são encorajadores. A porta para a reaproximação [da comunidade internacional a Bissau] foi aberta. O próximo passo é assegurar que os compromissos feitos por ambos os lados, o governo e os parceiros externos, sejam de facto cumpridos”, afirmou Ângelo, ex-representante especial do secretário geral da ONU para as operações de paz.

Muitas vezes, adiantou no seu blogue, estes compromissos “ficam por cumprir ou são implementados lentamente”, dando origem a um “jogo de passa-culpas”. “Esperamos que desta vez vejamos um andamento mais rápido”, adiantou Ângelo. Geraldo Martins, ministro das Finanças da Guiné-Bissau, havia assumido como objectivo para a conferência de doadores financiamento para 115 projectos, num total de 1,8 mil milhões de dólares, entre 2015 e 2025.


A União Europeia, anfitrião da reunião, prometeu 160 milhões de euros. O Serviço Europeu de Acção Externa defendeu que a mensagem saída da conferência é de que “a comunidade internacional está com a Guiné-Bissau". Para o Plano de Desenvolvimento das Nações Unidas, foi “um grande dia para a Guiné-Bissau”.


A falta de financiamento para a força regional destacada na Guiné-Bissau (ECOMIB) tem sido motivo de preocupação dos principais parceiros do país.


Nota: O povo na sua ignorância está a aplaudir, mas os bolsos estão vazios como antes da mesa redonda. O objectivo inicial (irrealista) foi completamente falhado. O que foi prometido também não será cumprido porque a Guiné-Bissau não aceitará ajoelhar e baixar as calças como eles querem. Os nossos militares também não se vão render como é evidente. O presidente JOMAV continuará a ser o guardião dos nossos recursos o que vai desagradar os abutres. Dinheiro só mesmo no papel, como nas anteriores mesas redondas.

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