sábado, 14 de fevereiro de 2015

Recordar..., Porque mataram Emanuel Spencer? Como o mataram

EngEmanuelSpencerPassado um mês após a leitura da sentença que condenou Nataniel Borges e Éder Mendonça, conhecidos por “Pirilau “ e “Djoca”, do assassinato do engenheiro Emanuel Spencer, existem situações à volta da morte do empresário que não foram esclarecidas na sala de audiências. E perguntas cruciais sem resposta: como foi assassinado Emanuel Spencer? Porque foi assassinado? O NN apurou que as provas produzidas durante o julgamento não permitem responder a estas duas questões.
Mas o que não foi provado em Tribunal ou sequer fez parte do processo permite responder a questões trazidas a público sobre o que estaria na origem do assassinato do sócio-gerente da empresa Spencer Construções. ASemana online, logo a seguir ao assassinato avançou com a seguinte informação: “ As causas da morte ainda estão por apurar, mas notícias não confirmadas apontam para um ajuste de contas ligado ao narcotráfico”. Esta “causa” nunca foi investigada pela PJ ao longo do processo e, seguramente, não fez parte do relatório que chegou ao Ministério Público.
E, sendo assim, não fez parte do julgamento e como tal não foram apresentadas provas que a causa da morte estaria relacionada com “as ligações de Spencer ao conhecido chefe do narcotráfico Djoi, para hipotéticas teses sobre acerto de contas ou dívidas como causa deste suposto caso de assassinato”, como escreveu o citado jornal. Na altura, a família e a Spencer Construções reagiram negando qualquer ligação de Emanuel com o narcotráfico e avançaram com um processo-crime contra o jornal. Portanto, em termos de provas, não existe nada que indique que a causa da morte de Emanuel esteja relacionada com o narcotráfico. Ou melhor: se existem não foram apresentadas ou não foram tidas em conta pela investigação realizada pela PJ.
Sexo com os assaltantes na origem da morte não ficou provado
Outra hipótese levantada para apurar a causa da morte foi a prática de sexo entre a vítima e os dois homens. Esta hipótese foi investigada pela PJ e as provas foram apresentadas ao juiz que as valorou e concluiu que “não ficou provado que houve prática de acto sexual” entre os assaltantes e a vítima. Os exames das perícias feitas pela PJ e a autópsia mostraram que não houve “prática de sexo” e foi combase nesses documentos que a magistrada descartou a tese da prática de sexo como móbil.
Mas a PJ tinha de seguir essa pista porque quando encontrou o corpo de Emanuel Spencer este estava nu e, provavelmente, por saber da orientação sexual da vítima. E terão sido estes factos que levantaram a hipótese que muitos chamaram de “crime sexual”. Mas as provas apresentadas em Tribunal atiram por terra essa hipótese que considerou que foi montado um cenário para mostrar que “houve relações sexuais” entre os condenados e a vítima. Mas, durante o processo e no julgamento Djoca e Pirilau não explicaram porque montaram esse cenário e o que pretendiam com isso. È mais um dúvida não  esclarecida.
Como foi morto?
Outra pergunta sem resposta: como foi morto Emanuel Spencer? De acordo com o que consta da sentença não ficou provado como a vítima foi morta. O laudo médico que chegou ao juiz diz que Spencer morreu devido “à impossibilidade da vítima de respirar por obstrução mecânica do aparelho respiratório”. Mas não ficou provado como foi provocada essa obstrução mecânica. Durante o julgamento, os arguidos não esclareceram esse aspecto, “limitaram-se a atirar as culpas um ao outro”. Por isso, ficou-se sem saber qual deles matou Emanuel ou como matou e, por isso, foram condenados na condição de co-autores.
Para complicar a tarefa do juiz e de quem quer responder à questão “como foi morto”, existe a prova do exame directo do corpo que mostrou que “não há qualquer sinal de violência externa. O que atira por terra a tese defendida pelo ASemana online que escreveu após o julgamento “asfixiaram-no até à morteaplicando-lhe um golpe no pescoço durante o acto sexual”. A hipótese de ter sido asfixiado com as almofadas foi verificada. A perícia feita às almofadas não mostrou que foram utilizadas para provocar a asfixia. Outra hipótese levantada que,também, não deixaria sinais externos, é o da asfixia com um saco de plástico. Mas não foi encontrado nenhum saco de plástico na cena do crime. E mediante estas provas, o juiz concluiu na sua sentença que “não ficou provado como foi provocada a asfixia”.
Furto o móbil que resta
Mediante a falta de provas  resta apenas um único  móbil :o  furto . Com efeito ficou provado  que “Djoca” e “Pirilau” roubaram da casa  de Emanuel um Iphone  e um IPAD . Mas não ficou provado que o mataram  para roubar . E o  furto  como móbil do crime tem pouca sustentabilidade . E quem conheceu Emanuel diz que ele “ teria entregue aos ladrões o que lhe fosse pedido. Não arriscaria a vida ”Mas, o juiz decide em função das provas produzidas   e nesse sentido condenou “Djoca” e “Pirilau” a 17 anos de cadeia por co-autoria de um homicídio  agravado ;  condenou-os a mais três anos por furto.
Feito  o cúmulo  jurídico os dois apanharam 18 de cadeia . Se por um lado  os autores foram punidos , por outro lado fica a certeza que ficaram muitas coisas por esclarecer e as principais são : Porque mataram Emanuel Spencer ? Como o mataram ?


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