PRESIDENTE DA GUINÉ-BISSAU, JOSÉ MÁRIO VAZ INSTA PODER JUDICIAL A ACABAR COM O MEDO NO PAÍS
Bissau - O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, pediu hoje (terça-feira), em Bissau, aos elementos do poder judicial que trabalhem de forma célere e imparcial para acabar com a "cultura do medo" que disse reinar no país, noticiou a Lusa.
José Mário Vaz fez o apelo no Palácio da Presidência, em Bissau, numa cerimónia em que os representantes do poder judicial lhe apresentaram cumprimentos de Ano Novo - depois de na segunda-feira ter sido saudado pelo governo, parlamento e chefias militares.
No seu discurso na cerimónia de posse do Procurador-Geral da República, em Outubro, o presidente guineense disse que não se revê no actual estado da Justiça no país, pronunciamento que lhe valeu críticas por parte do Sindicato dos Magistrados Judiciais que se disseram "indignados" com as palavras de José Mário Vaz.
Hoje, ao dirigir-se ao presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Paulo Sanhá, o chefe de Estado pediu esforços para "alterar a imagem menos positiva" que "alguns comportamentos isolados" têm dado à instituição judicial do país.
"Queremos que, com a nossa Presidência, o medo faça parte do passado", exortou o líder guineense, pedindo aos magistrados judiciais uma actuação com "muita imaginação, patriotismo e empenho" na realização da Justiça.
José Mário Vaz quer que se trabalhe em 2015 para mudar as estatísticas e a "percepção negativa" que os cidadãos ainda têm do setor judicial.
Pediu igualmente que se dê a devida atenção às denúncias que são feitas por parte dos cidadãos.
"As respostas aos desafios que enfrentamos só podem ser atingidas num ambiente de diálogo franco,sincero, de cooperação permanente, leal e de esforços coordenados", referiu.
"É bom que as denúncias não caiam em saco roto, porque podem constituir-se em frustração para o denunciante, descrédito para o poder judicial e reforçar o sentimento do medo", observou José Mário Vaz.
O líder guineense pediu que seja excluída "a postura do sectarismo" e que as relações institucionais passem a ser "mais abertas e humildes", prometendo uma cooperação "franca e sincera" com os demais responsáveis pelos órgãos da soberania.
O presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Paulo Sanhá, falando em nome do poder judicial, apelou ao chefe de Estado para que use a sua influência junto do governo para dotar os tribunais de melhores condições de trabalho.
De acordo com Sanhá, vários tribunais do país funcionam em instalações "que não dignificam o poder judicial" e com um acervo de equipamentos obsoletos.
Lembrou que vários tribunais funcionam em edifícios alugados e alguns com renda em atraso ao ponto de serem despejados pelos senhorios, salientou.
Fonte: Conosaba
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