quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

DSP e a Falácia da Mesa Redonda

A tão apregoada mesa redonda que se tornou na obsessão de DSP nos últimos dias, não passa de mais uma manobra dilatória com vista a conseguir exclusivamente um objetivo político claro:

Ganhar tempo na sua luta interna no partido!
E simultaneamente enganar o povo mais uma vez, dando a imagem de que está a tentar trabalhar mas o PAIGC e o JOMAV não lhe estão a deixar!


Indo direto ao assunto:
É possível fazer uma mesa redonda em Março?
Resposta: Não, não é possível.

Porquê?
Resposta: Porque uma mesa redonda propriamente dita, requer trabalho de meses ou anos, dependendo dos projetos concretos que se quer apresentar, a comunidade internacional não vai oferecer dinheiro na mesa redonda. A mesa redonda não é uma mesa de peditório, os doadores pedem projetos concretos, com números, com dados técnicos e científicos, avalisados por peritos internacionais, e esses projetos são depois discutidos durante vários dias com os melhor peritos da parte dos doadores, até se decidir pela aprovação ou não, e mesmo assim o dinheiro não é libertado de imediato, prosseguem trabalho conjuntos e acompanhamento da implementação de cada um dos projetos.

Sendo assim o que DSP vai fazer na (mal) dita mesa redonda?

Muito simples de explicar:
O aspeto mais relevante a esclarece, é que o que DSP está a preparar não é uma mesa redonda, mas sim, tão só “um encontro com os potênciais doadores” a que decidiu chamar de mesa redonda, mas ela, a mesa, pode vir a tomar qualquer forma geométrica que se entender, porque não compromete nem o DSP, nem o governo da Guiné-Bissau, nem os doadores.

Estará o leitor a perguntar: Será possível uma falácia dessas? Pois bem a resposta é sim, é possível!

Mas como?
De uma forma muito simples: DSP pegou numa ideia original do Dr. Francisco Fadul, que já fizera algo parecido, mas com objetivos diferentes. Fadul com o objetivo de aproveitar a sazonalidade de um país que emergia de um conflito armado, quis aproveitar a maior disponibilidade dos doadores para com o país nessas condições, e sob o pretexto da situação difícil tentou comprometer a comunidade internacional com intenções de doação, marcando um compromisso moral com os mesmos, para numa segunda fase avançar com projetos mais concretos e esses sim já alvos de financiamento com total cabimento nas promessas que haviam sido feitas na dita mesa redonda (de intenções).

Mas como todos sabemos, apesar da situação do país nessa altura ser muito mais delicada e degradante do que é hoje, a Guiné-Bissau acabou por não beneficiar de um único euro ou dólar das promessas feitas na dita mesa redonda por razões que são explicadas adiante neste texto.

Mas essa (mal)dita mesa redonda, serviu de inspiração para a “romaria” que DSP está a preparar e que não passa de puro “show off”.

O que DSP quer realmente, é muito simples, estando cercado no partido, sabendo que em Bissau já ninguém o respeita, sabendo igualmente que começa a desenhar-se uma unanimidade de opiniões que reconhecem que a situação do país degradou-se ainda mais depois do seu governo entrar em funções, porque ele não sabe o que fazer, nem como fazer, porque é um homem obcecado com a imagem e a impressa onde coloca todo o seu focu.
Para ganhar tempo, DSP preparou mais esta FALÁCIA, vai apresentar um conjunto de INTENÇÕES sob forma de ideias gerais de projetos, obras, legislações, etc, etc… Ao que os POTÊNCIAIS doadores convidados vão responder na exata medida em que tinham respondido o Dr. Francisco Fadul que até tinha mais razões e mais cabimento na sua ideia agora plagiada, os doadores vão manifestar a sua INTENÇÃO de ajudar com até determinados valores. Mas DSP regressaria da (mal)dita mesa redonda com algum dinheiro no bolso?
A resposta é: Não! No! Non! Nein! لاНет!

De forma alguma, DSP sairia desse “show-off” da mesma forma como entrou. Mas como o povo também não sabe o que la se passa, nem como as coisas são feitas, DSP acabaria por anunciar que conseguiu milhões de euros ou dólares, omitindo que os milhões foram em forma de promessas e nada mais. Para que cada euro ou dólar chegasse a Bissau, seria preciso um trabalho conjunto dos técnicos nacionais com os peritos internacionais em cada um dos projetos concretos que teriam que ser feitos e submetidos a aprovação dos doadores que normalmente querem se envolver e designar os seus próprios peritos para fazer parte das equipas de trabalho e acompanhamento. Portanto todo esse processo lava muito tempo, 5, 10 15 anos, e nunca é um único presidente ou primeiro-ministro a estar na liderança do país desde o início até ao fim dos projetos, porque não estamos a falar de construções de LEGO.

Interessa também informação aos guineenses que só a preparação de uma mesa redonda leva vários meses nos países que já têm quadros em numero suficiente para responder as demandas especificas da preparação de uma mesa redonda, no caso de DSP, as pessoas devem saber também que na mesa redondo os doadores não aceitam RABISCOS do pessoal do gabinete subqualificados, e em relação aos quais subsistem dúvidas sobre a respetiva formação académica ou creditação/credenciação para exercer as funções que lhes são pomposamente atribuídas. Os doadores trabalham com peritos de facto, pessoal que sabe o que diz e como fazer, pelo que DSP precisaria de pelo menos uns anos para reunir técnicos e especialistas nos vários temas que iria colocar sobre a mesa em forma de projetos concretos que também não existem, na mesa redonda não se vai falar de processos de intenções com ideias vagas como estão nos “Bullets” do programa do Governo para a corrente legislatura, e para o qual DSP teve que ir de avião privado rabiscar em Lisboa com alguns expatriados que caíram nas boas graças do atual regime, em suma, uma mesa redonda, não se faz com base em expressas no facebook ou nos blogs.

Espero que este texto tenha ajudado os guineenses a perceber que a (mal)dita mesa redonda é um instrumento de arremesso politico que DSP tem para tentar condicionar os atores politicos nacionais, e ao mesmo tempo tentam mobilizar eventual reação publica a sua saída do governo que é cada vez mais desejada no interior do PAIGC, e na sociedade guineenses em geral. 

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