domingo, 21 de setembro de 2014

“O REGRESSO DO MESSIAS”…

Após a exoneração vexatória de António Injai e a subsequente nomeação de Biagué Na Man para a função de CEMGFA, na Guiné-Bissau, a comunicação social manipulada da CPLP, voltou ao ataque, insinuando uma “crispação crónica” nas nossas FARP. É, no fundo, a propatia de um falso conflito no setor castrense para justificar e legitimar as crónicas cobiças dos tugas pela nossa terraNão é segredo para ninguém que usam a “reforma tribalista”, de “quota étnica” para atingir e aniquilar, na secretaria, as nossas forças armadas e a nação.

Para nós, a ideia de “crispação crónica” nas FARP não é mais que uma “estratégia de instrumentalização política”. É uma invenção! O que temos diante dos nossos olhos é, sem dúvida, a tentativa de reedição das lutas palacianas ocorridas no passado recente. Vislumbra-se o regresso apoteótico do ex-Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior ao país.

“Gira o disco, toca o mesmo”! Recordo-vos de que em 1999, terminada a Guerra Civil, Nino Vieira renunciara o cargo e parte-se para o exílio em Portugal. Malam Bacai Sanhá que era Presidente da Assembleia Nacional, assumiu as funções de Presidente da República, interinamente. Em 2000 são realizadas as eleições presidenciais e legislativas que foram ganhas por Kumba Ialá e o PRS. Em Novembro desse mesmo ano, Ansumane Mané, chefe da Junta Militar é morto, devido a revolta dos militares por ter “publicamente despromovido altos oficiais das Forças Armadas”, inclusive o CEMGFA e o Vice-CEMGFA, e de os ter colocado sob residências vigiadas, poucos dias depois de terem sido promovidos pelo Presidente da República Kumba Ialá. Em Novembro de 2002, Kumba Ialá dissolve a Assembleia, marca novas eleições legislativas e cria um governo de iniciativa presidencial, chefiado por Mário Pires. Em 14 de Setembro de 2003, Kumba Ialá é derrubado por um golpe de Estado. No dia 28 do mesmo mês todos partidos políticos reunidos em “Conselho Nacional de Transição” assinaram e aprovaram uma carta de transição. É escolhido Henrique Rosa para Presidente da República e Artur Sanhá para chefiar o Governo de Transição. Em Março de 2004, o PAIGC ganha eleições legislativas e Carlos Gomes Júnior é nomeado Primeiro-ministro. Em Outubro desse ano, O General veríssimo Correia Seabra, CEMGFA, é assassinado, alegadamente por um grupo de militares que serviram no UNMIL, sob pretexto de não lhes ter pago o dinheiro dessa missão. O general Tagme Na Waié toma o comando das Forças Armadas. Em abril de 2005, o ex-Presidente da república Nino Vieira, regressa ao país após seis anos de exílio. Em Julho desse ano, Nino Vieira ganha eleições, como independente, na segunda volta do escrutínio concorrido com Bacai Sanhá, como candidato do PAIGC. Em Outubro, Nino Vieira derruba o Governo chefiado por Carlos Gomes Júnior e nomeia Aristides Gomes como Primeiro-Ministro, apoiado pelo fórum constituído de vários partidos.

De novo, à espera do messias, não estaremos a seguir nas peugadas que originaram as mortes de Ansumane Mané (por ter publicamente despromovido altos oficiais das forças armadas), Veríssimo Correia Seabra (por não ter pago os militares que serviram na missão de UNMIL), etc., álibis para justificar os assassinatos, desmatando a floresta, abrindo campos de aviação para aterragem e descolagem de aeronaves, como aconteceu no regresso de Nino Vieira, em Abril de 2005?  

Doka Internacional

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