segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A mim Doka, parece- me que houve uma autêntica barracada na entrevista que Leopoldo Amado deu ao Jornal DEMOCRATA.
Afinal o que foi que se passou em concreto?


A suposta “entrevista” minha que veio recentemente a público, no jornal “O Democrata”, é um autêntico bluff!
É-o, efectivamente, por diversas razões, que passo a enumerar:
- Em primeiro lugar, porque foi acordado entre mim e o jornal que o entrevistado sancionaria previamente a “entrevista”, antes da sua publicação, não tendo o jornal cumprido com o acordo. A revisão prévia atinha-se não com a censura (não seria, de modo nenhum), mas com preocupações formais.
- Em segundo lugar, porque aqui e acolá, a “entrevista” apresentou-se-me transviada e truncada, isto é, obliterada de ideias, ora por incompreensão de quem a transcreveu, ora por má interpretação de quem a “reviu”..
- Em terceiro lugar, por a entrevista em questão aparecer escrita numa ”língua” que nem é esperanto, nem a língua portuguesa, nem a língua crioula e nem nenhuma das línguas inteligíveis;
- Em quinto lugar, porque extraiu-se das palavras do “entrevistado” um excerto absolutamente descontextualizado, com claros objectivos sensacionalistas;
- Por fim, e por tudo isso, é uma “entrevista” completamente desconjuntada, trapalhona, ou seja, um autêntico desastre protagonizado por pretensos profissionais de um jornal que, conclui-se, não respeitam os compromissos assumidos e nem revelam competência quando resolvem fazer as coisas por conta e risco próprios.
Assim, relativamente ao excerto em questão, não entendo a perplexidade de uns e a incredulidade de outros, ao exigirem nomes e provas.
Quanto a nomes, darei de seguida apenas alguns exemplos, sobejamente conhecidos, de "grandes comandantes" que colaboraram com a PIDE-DGS, sem que tal constitua novidade nenhuma, na medida em que o assunto é do domínio público em vários livros que versam o assunto, incluindo um dos meus. Assim, é apenas novidade para "O Democrata".
Quanto a provas, lamento sugerir aos que as exigem, que procurem eles próprios perpassar, feliz ou infelizmente, tal como fiz, uns bons milhares de documentos alusivos ao assassínio de Cabral e os submetam a provas de autenticidade, antes de intrinca-los, cruza-los, para só depois os interpretar historicamente.
Voltando ainda a nomes, pergunto:
- Inocêncio Kani (o autor do primeiro disparo contra Cabral) tinha ou não tinha ligações com a PIDE-DGS? Tinha. Era ou não um grande Comandante do PAIGC? Era. Tanto é que comandou grupos de guerrilheiros no Norte, antes de ascender as funções de Comandante da Marinha.
- Mamadú Indjai tinha ou não tinha ligações com a PIDE-DGS? Tinha. Era ou não um grande Comandante do PAIGC? Era. Tanto é que chegou de ser Comandante de grupos que actuavam na área entre Bissorã e Bancolene, antes de ascender as funções de responsável de segurança do Secretariado do PAIGC em Conacri.
- Inácio Soares da Gama, tinha ou não ligações com a PIDE-DGS? Tinha. Era ou não um grande Comandante do PAIGC? Era. Tanto é que era, nem mais nem menos, o Comandante da região Leste.
Tenho dito!

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