“COWBOY NA ESQUINA”…
Segreda-se em Bissau de que alguns pistoleiros regressaram ao país. Consta, inclusive, que um deles teve a ousadia de apresentar o seu livro esta semana, que a comunicação social local, até agora, não deu destaque.
O título do livro é: “Direitos Humanos na Guiné-Bissau - Eu conto como foi! Memórias de um percurso”.
Autor Dr. Fernando Gomes com o prefácio do Doutor Mário Soares. O livro foi lançado em 11 de Julho deste ano pela UCCLA em Lisboa, pelo seu Secretário-geral, Vitor Ramalho. Estiveram presentes na cerimónia Carlos Gomes Júnior, Raimundo Pereira, Luís Vaz Martins, Mamadu Djalo Pires, Emiliano Nosolini, M’Bala Fernandes, Graça Pombeira, entre outros.
O Dr. Fernando Gomes foi apresentado como sendo referência não apenas no país que o viu nascer como em todo o continente africano pela defesa intransigente dos Direitos Humanos e dos valores democráticos. Ele próprio ao usar da palavra agradeceu a Mário Soares, por ter assinado o prefácio do seu livro, pelo apoio dado num momento difícil da sua vida, e depois virou-se para o prefaciador dizendo “ambos sabemos o que é lutar pela liberdade, ambos sentimos o sabor do exílio”.
Ai, o Doutor Mário Soares no seu exilio em Paris, era um “foragido” por crime de sangue em Portugal, como era praticamente a condição de Fernando Gomes no caso de Roberto Cacheu, Yaia Dabó e outros?
Com que atrevimento o senhor ousa comparar-se ao Doutor Mário Soares, se esse gozava legalmente do estatuto de exilado em Paris, enquanto V. Ex.ª nunca requereu esse estatuto durante a sua permanência em Portugal?
O Senhor escreveu na primeira capa do seu livro dizendo “Eu conto como foi”, para não contar “tudo”, “como” e a “mando de quem” deu ordens para eliminar certas figuras públicas no nosso país ”. O senhor tem muito jogo de cintura e nós também…
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