domingo, 3 de maio de 2015

"TUGAS EM MALABO" 



Espero que ainda se recordam do episódio de Malabo. O dito-cujo é o novo Bartolomeu Dias, o navegador português que dobrou o Cabo da Boa Esperança, chegando ao Oceano Índico. A diferença é que o actual não usa turbante. É conservador da direita e sempre ligado a Marketing e a Publicidade empresariais. A sua vocação política actual tem sido a de promoção das empresas portuguesas, sobretudo, na África Ocidental. Para quem se esqueceu deles, o seu nome é Luís Campos Ferreira e é Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros de Portugal. 

Foi este senhor que, em 26 de Junho de 2014, teve a petulância de pedir - na XXIII Cimeira da União Africana (UA), em Malabo/Guiné-Equatorial, cujo o tema central era  «Agricultura e Segurança Alimentar» no continente até 2025, e na estreia pública de José Mário Vaz como Presidente da República  - o alargamento da força de estabilização internacional na Guiné-Bissau, envolvendo a CPLP, e, inclusive, Portugal.  

Como se sabe, bode expiatório do bando de traidores da pátria liderado por Cadogo Jr., foram sempre as nossas forças da defesa e segurança. Dizia então o governante português: «Vamos ter de aguardar que o governo da Guiné-Bissau diga o que pretende nessa área. Portugal e todos os países com quem falámos estão disponíveis para dar uma resposta rápida e eficaz para a reforma necessária do sistema de segurança e defesa».  

Muito antes da cimeira de Malabo, o navegador português, desembarcara na cidade de Praia/Cabo Verde em 30 de Outubro de 2013, anunciando aquele país como uma aposta e porta de acesso de empresários portugueses ao mercado da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). A esperança do Governante português estava na integração de Cabo Verde na CEDEAO, que poderia ajudar Portugal a ultrapassar a crise económica que o afectava naquele momento.  Na visão do português, "o arquipélago poderia servir de plataforma para que os produtos portugueses pudessem penetrar com maior facilidade num mercado de cerca de 300 milhões de pessoas". 

Vejam bem que quando se diz que Cabo Verde não dispõe de uma classe empresarial com envergadura internacional e que quem está por detrás das suas iniciativas são os tugas, ainda há quem fica a resmungar-se... Mas, quem se esqueceu de que esses lacaios sempre fizeram papel de carcereiro e de capataz dos tugas na nossa terra?

Como estava a dizer, recentemente, em Fevereiro de 2015, o navegador português sem turbante, fez uma visita oficial ao Senegal, levando na comitiva uma missão empresarial, tendo-se participado, também, na VIII edição de Fórum empresarial que reunia cerca de 300 agentes económicos e gestores de negócios de países africanos.

A nossa pergunta é: será que a razão da visita oficial - na próxima semana - do Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros português, Luís Campos Ferreira, a Guiné-Bissau está relacionada com "resposta rápida e eficaz" às pretensões do Governo de Nhu Morgado na área de defesa e segurança?

Ena soronda...



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