As eleições na CCAIS e o Estado Democrático
Todas as manhãs, ligo o meu televisor, sintonizo os principais canais internacionais (“Rússia 24”, “Al Jazeera Internacional”, “CCTV9” e “BBC World News”), que continuam a merecer a minha confiança, para me inteirar dos acontecimentos que considero de maior relevância para a paz e a estabilidade mundial: o conflito na Ucrânia que envolve a segunda maior potência militar do Planeta; o combate, no Iraque e na Síria, da maior ameaça terrorista dos últimos tempos (o ISIL- Estado Islâmico); acompanhar os dígitos do crescimento económico da China, que em termos globais, ajudam a disfarçar a profunda recepção em que se encontram imergidas as principais economias mundiais; e acompanhar com revolta, a maior tragédia humana dos nossos dias - a epopeia do mediterrâneo, que ceifa a vida a milhares de cidadãos africanos e de outros continentes, cujos Países estão em conflito e que encontram nessa travessia o ponto de conclusão entre a esperança numa vida melhor e a tranquilidade duma morte absurda, sem direito a um tumulo de recordação, para ser homenageado com paradas militares ou simplesmente salvas de canhão. O Mundo está rendido as evidências e nada consegue disfarçar a desgraça do nosso continente e o extremo egoísmo de uma Europa introvertida.
Para
concluir a minha rotina matinal, ligo o meu PC e vou a procura de novidades do
meu País, recorrendo aos dois blogues mais credenciados: “Ditadura do Consenso”
e “Doka Internacional”. Foi isso que me permitiu acompanhar de perto e com
muito interesse o evoluir dos acontecimentos na Câmara do Comércio,
Agricultura, Indústria e Serviços da Guiné-Bissau (CCAIS) e que culminou com a
lógica reeleição do empresário Braima Camará ao cargo de Presidente
desta prestigiada Instituição, para mais um mandato de quatro anos.
Importa
sublinhar a minha profunda tristeza ao saber que apesar de todos os cuidados
que envolveram os preparativos dessa eleição, não foi possível evitar desacatos
que resultaram em ferimentos graves, ensombrando aquilo que devia ser mais um
exemplo de participação cívica e de exercício democrático, num País que carece
de bons exemplos.
O respeito é
a base fundamental do sistema democrático – respeitando todo um conjunto de direitos
afectos à pessoa humana, proporcionamos a igualdade de oportunidade à todos os
membros da Sociedade. E, de acordo com o estabelecido na Lei, os candidatos às
eleições democráticas usufruem das mesmas condições de partida, o que não
implica necessariamente que nessa maratona não existem favoritos. Nessas
condições, o favoritismo se assenta em diversos factores, reconhecidamente
determinantes para o desfecho da contenda, como por exemplo a Imagem,
a Experiência,
um Historial
de exercícios bem sucedidos no desempenho da tarefa em causa e de outras
similares, a Credibilidade e Exequibilidade do Projecto e enfim a
Capacidade
de tornar a mensagem mais acessível e inteligível ao eleitorado.
Quando todos
esses factores jogam contra nós, não existem alternativas senão preparar um
discurso apaziguador à reconhecer que apesar de o veredicto eleitoral não
corresponder as nossas expectativas, estamos dispostos à acatá-lo, como manda a
regra do jogo. Caso contrário, as eleições deixam de fazer sentido (se
nela participamos com a premeditada intenção de em caso de uma derrota, ainda
que previsível, contestar os seus resultados, numa desesperada tentativa de descredibilizar
o processo e macular a vitória do adversário).
Era
previsível que o empresário Braima Camará vencesse estas
eleições e venceu-as com todo o mérito – o mérito de quem tem obra feita; de
quem conseguiu fazer desta Instituição uma das mais prestigiadas do País, projectando
positivamente a sua imagem além-fronteiras; de quem se norteia pelo sagrado
princípio de conjugar o Saber e o Saber-fazer, revelando uma
espantosa predisposição de aprender na vida e junto do nosso povo, nos livros e
nas experiências dos outros, aprender sempre, visando enriquecer as suas
qualidades humanas, para melhor servir o seu País.
Saúdo com
esperança a esmagadora vitória de Braima Camará nestas eleições,
convicto de que a Câmara do Comércio, Agricultura, Indústria e Serviços da
Guiné-Bissau está bem entregue e desejar Sucessos e Boa Sorte ao seu
Presidente e a sua equipa na árdua tarefa de implementação do seu Projecto.
“O
acatamento voluntário da Lei é a suprema manifestação da liberdade do indivíduo!”
Bem-haja a Guiné-Bissau!
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