quarta-feira, 22 de abril de 2015

“Aparência de homem é mil vezes falsa de que uma mentira”
Digamos que um homem injusto, preocupando-se em alcançar uma coisa real, e não vivendo para a aparência, não querendo parecer injusto, mas sê-lo. Em primeiro lugar, imaginemos que chega ao poder por parecer ser justo, mas sem sê-lo. Em seguida, o que é que este homem seria capaz de fazer?

Diremos nós, que pode desposar uma mulher da família que quiser, dar as filhas em casamento a quem lhe aprouver, fazer alianças, formar empresas com quem desejar, e em tudo isto digamos que ganha e lucra por não se incomodar com a injustiça que reina no Estado que ele governa. Visto que ele vive apenas em aparência de quem é justo, sem sê-lo.

Porém, de acordo com o que foi dito, imaginemos que este homem se encontra em conflito público ou privado, é ele quem prevalece e leva vantagem aos adversários; a tal vantagem fá-lo enriquecer e fazer bem aos amigos e mal aos adversários tidos por ele como inimigos. Portanto, junto dos cegos, surdos e mudos que habitam naquele Estado que ele governa, esse homem injusto que parece ser justo, sem sê-lo, granjeia melhores honras do que o justo.

Caro irmão Doka, tantos parecem ser justos sem sê-lo. Mas tu, que lutas contra essa aparência, por isso mesmo, te tornaste um alvo abater. Mas nem por isso deixaste de lutar. Os atenienses fizeram o mesmo, condenando o Sócrates a morte, por lhes dizer a verdade. Em Guiné, quantos já mataram e quantos matarão ainda? Mas em verdade te digo, um dia irmão Doka, a verdade e a justiça prevalecerão. Os injustos serão recompensados.

Sou estudante de filosofia na Universidade Católica em Portugal, portanto, sei como é perigoso ser justo onde as pessoas já se habituaram a viver em aparência. Mas com esforço que tens feito, libertarás muitos irmãos da caverna para a verdadeira realidade. Mostrando-lhes que não existe a reconciliação sem justiça, porque “A justiça é a grandeza das nações”, que “Só a prática de justiça dá firmeza ao trono” (prov 14, 34 e 16, 12), que só “A justiça produzirá a paz, e daí resultará para sempre tranquilidade e segurança”. (Isaías 32, 17)

Força!

Na N´duk

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