CADOGO JR. COM CARTAS NA MANGA?...
Muitos
de nós tinham apenas 14 anos em 1974. O partido (PAIGC) entrou sem Cabral. Convencidíssimos,
estávamos, de que Cabral “ka murri”! Que
o legado de Cabral ficou, por isso não morreu. Afinal, era tudo um embuste!
Cabral falava, entrava num ouvido e saia no outro. Muito boa gente era cabralista só na presença
de Abel Djassi, quando dava costas faziam-lhe um grande manguito. Em Bissau teríamos
um PAIGC completamente diferente, a enfiar o barrete ao povo. Portanto, como Bissau é pequeno, vimos e assistimos
tudo. Não é precisamos que nos contem histórias. Hoje, o partido de Cabral está
completamente invertido e liderado em várias etapas por delinquentes. Isso,
para mim, é dramático!
Vejam
só: como é que um partido fundado por um líder com a envergadura de Cabral
pode, em algum momento da sua história receber engodos da extrema-direita? Dizem,
na política, misturamos até com diabo se for necessário, mas quanto a mim, este
não é o caso. Não se trata de mera coincidência o fato do regime de Cadogo Jr.,
ter escolhido o carcereiro Alpoim Calvão para conselheiro político particular. Ironia
da história? Não, logo quem orquestrou a operação Mar Verde para capturar
Cabral em Conacry? Para mim, é como reabilitar um nazi!...
Este
PAIGC do período pós-independência, procurou sempre extravasar para toda a
sociedade as suas crises internas. Mas, desta vez, a atual direção encurralou-o.
E se, a breve prazo, a linha “cabralista” - aquela que deu o seu próprio sangue
para a libertação do nosso país, a que
na hora da verdade perde a gula - não sacudir das masmorras “cadoguista”, e der
um bruto muro na mesa, então esse partido não terá ponta por onde se lhe pegue.
E o tempo escasseia-se…
Como
já aqui havíamos citado, o PAIGC caiu na bancarrota política e financeira. Mas,
a situação caiu aos “cadoguistas” como a cereja encima do bolo. A oportunidade é
de ouro! Desta forma o carrasco pode continuar a assegurar a trela com as suas
próprias mãos. Puxando e afrouxando-a conforme lhe desse na real gana. A
renovação da direção atual - a concretizar-se - anularia a interferência dos
seus lobbies na política nacional. Terá sido uma das razões que levaram os pões
de Paulo Portas a não requerer asilo político ao governo português. Recordamos,
por outro lado, que para Angola, por exemplo, “Bauxite-Angola” continua a ser de interesse
estratégico. A GALP não abdica do seu enorme desejo de controlar o petróleo na
nossa terra.
As
eleições estão agendadas para 24 de Novembro. A direção “cadoguista” está praticamente
caducada, mas o PAOGC persiste em manobras dilatórias. Em crioulo diz-se: “e na findji dudu pa ka rema”! Carlos Gomes
Júnior é indiciado em vários processos-crime na Guiné-Bissau, mas a sua claque
insiste em retorná-lo ao país, porque acreditam na palavra de ordem que diz: ”cada
cabeça sua sentença”.
O
que terá, então, Cadogo Jr., guardado na manga? Os lobbies deles estão
convencidos de que estão reunidas as condições para forçar o seu regresso ao
país, a fim de concorrer as eleições presidenciais. Portanto, caso o objetivo não
for concretizado, passariam para o plano B. Nesta fase, os seus apoiantes instalados
nos organismos internacionais
que apoiam o escrutínio, declará-lo-iam fraudulentas, espalhado o caos e a
confusão no país. Os antecipados e repetidos discursos, apelando eleições
livres e justas, indiciam, claramente, esta estratégia maquiavélica. O croata Ivan Simonovic, Secretário-geral
Adjunto das Nações Unidas para os Direitos Humanos, esteve na Guiné-Bissau a
meter cunha para o regresso de Carlos Gomes Júnior e sua equipa. Os nossos
correios ainda funcionam, aguardamos pela encomenda…
Abraços!
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