“DIÁLOGO DE SURDOS…”
A quem Cabo Verde julga que tem a legitimidade de atribuir o papel de interlocutor válido e credível na Guiné-Bissau?
Isto só pode ser uma questão de comunicação e de lucidez política!
Para os dirigentes cabo-verdianos - como dizia o outro – o ex-Primeiro-ministro Carlos Gome Júnior espelha o povo guineense. Ah, já sei, abortou com o contra- golpe de 12 de Abril de 2012 a parceria promiscua entre os dois chefes de governo, razão da toda a animosidade política de José Maria das Neves, em relação a nossa terra.
Outro fator é a arrogância saloia da sua elite política que os transformou em esquizofrénicos e gabarolas.
Regista- se que
depois de uma semana em que foram detidos os agentes da Polícia Nacional de
Cabo Verde (12 de Julho),
o Governo desse país irmão, decide agora dizer que pediu às autoridades da Guiné-Bissau que esclareçam, “com urgência”, as condições e os fundamentos legais da detenção dos arguidos.
Trata-se de um caso de justiça e os processos têm que seguir os trâmites legais.
Mas, desde logo, vê-se as autoridades cabo-verdianas excitadas, procurando transformar o caso num assunto político-diplomático, exigindo “esclarecimento urgente”, etc.. Até já consideram a detenção “incidente” a solucionar por cunha diplomática às duas figuras –dizem eles– de “peso”:
o representante da ONU, Ramos Horta e o Embaixador da União Europeia na Guiné-Bissau.
Contam, inclusive, com o apoio dos charlatões da Liga Guineense dos
Direitos Humanos que entrou, histérica, no barulho, exigindo a libertação imediata dos agentes em questão.
Lastimável, meus senhores…
O Governo de Transição, através do seu
porta-voz, Fernando Vaz, considerou estranho o fato de dois agentes entrarem ilegalmente (sem permissão ou visto adequado à permanência legal) na Guiné-Bissau,
supostamente levando uma senhora implicada num problema da droga em Cabo Verde e
que teria cumprido quatro anos de prisão e que foi extraditada pelos referidos agentes.
A senhora não foi encontrada, e ainda nem tem nome.
Não há registo de entrada da mesma.
Em quê que ficamos? E os agentes em vez de morarem em hotel, preferiram ficar em casa de um particular (amigo?) no bairro militar, em Bissau.
Não tinham cache suficiente?
Engana-me que eu gosto!
Para além de um terceiro cabo-verdiano, também detido, que alegadamente chegou a Bissau para passar férias,
acusado de tráfico de drogas.
Perante todos estes esclarecimentos, o Governo de Cabo Verde, continua a alegar falta de informação sobre as razoes da detenção, dizendo ter enviado pedido de “habeas corpus” para a libertação “imediata” dos agentes detidos, mas que ainda não obtive resposta.
Da parte de quem, se apenas respeita uma pessoa?
Alega também o Governo que os agentes da DEF teriam viajado para a Guiné-Bissau em missão rotineira de escolta da tal cidadã guineense sem nome e sem que as autoridades guineenses tenham previamente tido noticiado sobre tais diligências de extradição, como manda o figurino.
E assim se vai pagando a “grande dívida” a Guiné-Bissau e a Amílcar Cabral!
Abraços!
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