sábado, 20 de julho de 2013

“DIÁLOGO DE SURDOS…”

A quem Cabo Verde julga que tem a legitimidade de atribuir o papel de interlocutor válido e credível na Guiné-Bissau? 

Isto só pode ser uma questão de comunicação e de lucidez política! 
Para os dirigentes cabo-verdianos - como dizia o outro – o ex-Primeiro-ministro Carlos Gome Júnior espelha o povo guineense. Ah, já sei, abortou com o contra- golpe de 12 de Abril de 2012 a parceria promiscua entre os dois chefes de governo, razão da toda a animosidade política de José Maria das Neves, em relação a nossa terra. 

Outro fator é a arrogância saloia da sua elite política que os transformou em esquizofrénicos e gabarolas. 
Regista- se que
depois de uma semana em que foram detidos os agentes da Polícia Nacional de 
Cabo Verde (12 de Julho), 
o Governo desse país irmão, decide agora dizer que pediu às autoridades da Guiné-Bissau que esclareçam, “com urgência”, as condições e os fundamentos legais da detenção dos arguidos.

Trata-se de um caso de justiça e os processos têm que seguir os trâmites legais. 
Mas, desde logo, vê-se as autoridades cabo-verdianas excitadas, procurando transformar o caso num assunto político-diplomático, exigindo “esclarecimento urgente”, etc.. Até já consideram a detenção “incidente” a solucionar por cunha diplomática às duas figuras –dizem eles– de “peso”:
o representante da ONU, Ramos Horta e o Embaixador da União Europeia na Guiné-Bissau. 

Contam, inclusive, com o apoio dos charlatões da Liga Guineense dos 
Direitos Humanos que entrou, histérica, no barulho, exigindo a libertação imediata dos agentes em questão.

Lastimável, meus senhores…
O Governo de Transição, através do seu 
porta-voz, Fernando Vaz, considerou estranho o fato de dois agentes entrarem ilegalmente (sem permissão ou visto adequado à permanência legal) na Guiné-Bissau, 
supostamente levando uma senhora implicada num problema da droga em Cabo Verde e 
que teria cumprido quatro anos de prisão e que foi extraditada pelos referidos agentes. 

A senhora não foi encontrada, e ainda nem tem nome. 
Não há registo de entrada da mesma. 

Em quê que ficamos? E os agentes em vez de morarem em hotel, preferiram ficar em casa de um particular (amigo?) no bairro militar, em Bissau. 
Não tinham cache suficiente? 
Engana-me que eu gosto! 
Para além de um terceiro cabo-verdiano, também detido, que alegadamente chegou a Bissau para passar férias, 
acusado de tráfico de drogas.

Perante todos estes esclarecimentos, o Governo de Cabo Verde, continua a alegar falta de informação sobre as razoes da detenção, dizendo ter enviado pedido de “habeas corpus” para a libertação “imediata” dos agentes detidos, mas que ainda não obtive resposta. 

Da parte de quem, se apenas respeita uma pessoa? 
Alega também o Governo que os agentes da DEF teriam viajado para a Guiné-Bissau em missão rotineira de escolta da tal cidadã guineense sem nome e sem que as autoridades guineenses tenham previamente tido noticiado sobre tais diligências de extradição, como manda o figurino.

E assim se vai pagando a “grande dívida” a Guiné-Bissau e a Amílcar Cabral!
Abraços!

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