CPLP: INCOERÊNCIAS…
Hoje em dia, após aqueda do “Muro de Berlim”, a ingerência nos assuntos internos dos Estados faz-se por intermédio das chamadas organizações internacionais. As antigas potências colonizadoras, por exemplo, encontraram nesses espaços uma forma de continuar a atrelar as suas antigas colónias. Está, ainda, em voga a velha máxima: transformar as antigas colónias à sua imagem e semelhança. O esquema consiste em uivar em coro e o mais alto possível contra os países que, num dado momento histórico, tendem a sair dos carris da globalização ocidental. Não é por acaso que a CPLP, no caso da Guiné-Bissau, trocou o grupo da diplomacia coral pelo de “kalashnikov”!
Está marcada para hoje, quinta-feira, dia 18 de Julho, a XVIII Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da CPLP, em Maputo (Centro Internacional de Conferencias Joaquim Chissano) onde estarão presentes os chefes da diplomacia de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, S. Tomé e Príncipe, Timor e Portugal (representado pelo Secretário de Estado). Desta vez, não poderá contar com o regente da orquestra, o senhor “irrevogável”, aquele que José Miguel Judice, descreveu como “emocional” e “histérico”, Paulo Portas! A referida Reunião de Maputo terá como tema geral, o seguinte: "Os novos paradigmas e o futuro da CPLP na era da globalização". A CPLP refletirá também sobre a promoção e proteção dos direitos humanos, a fome e a segurança alimentar, o combate ao trabalho infantil e à violência contra as mulheres e a agenda do desenvolvimento pós-2015, data em que termina o prazo para atingir as oito metas definidas em 2000 pelas Nações Unidas.
Reflitamos, portanto, um pouco só nas atitudes de certas organizações internacionais quando as suas agendas económicas estão perfeitamente ancoradas e em sintonia com os poderes políticos instalados. É que, as uma vez, a Guiné-Bissau não estará representada nesse conclave, mas a situação atual no nosso país servirá de pano de fundo da mesma. Para a CPLP a Guiné-Bissau continua suspensa, visto que ainda não reuniu todas as condições “ideais” para a normalização democrática. Diz, pressagiando, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, António Patriota, que é "importante que os próximos meses sejam de estabilidade na Guiné-Bissau". Nem vamos debater a antevisão do ministro brasileiro, pois, seja o que Deus quiser e venha o que vier, serão realizadas as eleições no nosso país! Ora, o que é notório é a noção da estabilidade desse conclave. O seu entendimento parece variar com o gosto da comida que cada uma aprecia. Em Moçambique, debaixo das barbas da CPLP, por uma questão soberana, a organização não pia nem mia sobre o diferendo que opõe, neste momento, o Governo e a Renamo. Para além das perdas humanas derivadas do duelo belicista, a multinacional Rio Tinto já suspendeu a exportação do carvão que explora nesse país, tendo em conta à instabilidade criada por ações armadas junto à linha férrea. Digam-me, se a “instabilidade” não é isto, então já não sei o que significa a “instabilidade”! Caso do Brasil: o presidente da FIFA, Joseph Blatter, declarou, há dias, que pode ter sido uma má escolha do Brasil para anfitrião do Mundial 2014 se a competição for perturbada por protestos semelhantes aos que se verificaram durante a Taça das Confederações. O Secretário executivo da CPLP, o moçambicano, Murade Isaac Miguigy Murargy, declarou hoje que a prioridade do seu mandato é a Guiné-Bissau. Conclusão: nos países da CPLP - excerto na Guiné-Bissau - o espírito, antes da experiência, não possui ideia alguma.
Tugas ku se katchuris tem ku rispitanu!
Abraços!
É! Mandam bocas, vão decidir o futuro da Guiné-Bissau sem contar com «eles» e, cereja no topo do bolo, vão mandar um representante para «fiscalizar» o todo...
ResponderEliminarO melhor é respeitarem o protocolo e fazerem-no acreditar, não vá o dito ser preso por espionagem!