PIRUETA DE RAMOS-HORTA
Manganaça si I ka uliulidu I ka ta padi
Continuamos a encarar a CPLP como uma comunidade de violino e não de kalashnikov. Enfim, como qualquer comunidade da natureza linguística. Não poderá ser confundida com comunidades territoriais e políticas, regionais e sub-regionais, existentes. Para a União Europeia, a CPLP não é tida nem achada! É neste ângulo que tem que ser vista tanto pela CEDEAO como para a União Africana, a Mercosul, a SADC, etc.. A própria CPLP se tem encarregado de branqueado o fato de certas realidades políticas, como, por exemplo, Angola e Moçambique, constituírem verdadeiros duelos fraturantes pendentes. Nunca se posicionam em relação as disputas atuais, nem em Angola e muito menos e Moçambique. Apenas se excitam no caso da Guiné-Bissau. Porquê?
A ligação entre os povos falantes da língua de Camões, não passa de um componente histórico como qualquer um que compõe o cardápio. O fato faz parte dos percursos das sociedades humanas. O ingrediente quando entra na panela perde a sua essência. É assim que as coisas acontecem! Não há aqui proeminências de um elemento sobre os outros. Recordamos que Portugal há mais de oito séculos, terá recusado a posição de “quinta” ao Rei de Castela. A Guiné-Bissau também tem o direito e o dever sagrado de se posicionar da mesma forma face a qualquer espécie de subjugação do seu povo. Lá porque a com a queda do “Muro de Berlim” se deu a debandada total e corrida ao ouro, nós não dispersamos. O objetivo é servir o povo nobre que Cabral idealizou.
Segundo noticiou a Lusa, os presidentes dos Parlamentos da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) reúniram-se na terça-feira (dia 18 de Junho) em Lisboa para discutir o reforço da "dimensão parlamentar" da comunidade lusófona e posicionar-se em relação à situação política da Guiné-Bissau. A sessão da parte da tarde de ontem contou com a participação de Ramos-Horta, que segundo consta da sua entrevista ao jornal diário, “O Público”, de hoje, dia 19 de Junho, resolveu dar cambalhota às suas posições iniciais, acusando a dita comunidade internacional sobre a situação da Guiné-Bissau. Dá para acreditar num indivíduo que há menos de um mês, lançava - ele próprio - ameaças ao Estado da Guiné-Bissau? Eu nunca acreditei nos cata-ventos! Por outro lado, é preciso dizer - preto no branco - que a tal comunidade que Ramos-Horta acusa, tem rosto: Paulo Portas! Quem não se recorda das romarias que se fizeram a Nova Iorque, ao Conselho de Segurança das Nações Unidas? Sempre na fanfarrada defesa do governo do “banho eleitoral” derrubado no contragolpe de 12 de Abril de 2012. O dito-cujo pensava que dai pudesse retirar algum dividendo neocolonialista.
Sobre reunião dos parlamentares da língua portuguesa, saber-se-á porque se tomou a decisão de visitar a Guiné-Bissau nas vésperas das eleições e não depois do escrutínio. Sabemos que nessa reunião não participou nenhum ministro “golpista” na aceção de Porta, mas a nossa representação em Lisboa foi convidada a assistir a reunião. Na nossa opinião, seja qual for o figurino que venha a nascer nestes clubes de “um peso e duas medidas”, não mudará a nossa visão em relação às inconfessáveis tentações hegemónicas e salazaristas da CPLP.
Lutemos para que os lobos não voltem a uivar nem a assustar as crianças na pátria de Cabral!
Abraços!
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