quarta-feira, 26 de junho de 2013

FALSAS PARTIDAS

 

A debandada político-ideológica resultante da queda do “Muro de Berlim”, virou “mundo globalizado”. Das ideologias extremadas para uma miscelânea de artigos juntos no mesmo saco. Eis-nos na era da balbúrdia político-ideológica! Por exemplo, nas nossas Africas - como temos vindo a referir - fez-se o transbordo da pseudodemocracia em vez da democracia no verdadeiro sentido do termo. Na nossa terra, vimos lobos usando sumbia sagrada de Cabral fazendo-se passar por lebre, para enfiar o barrete ao povo. As pessoas, em vez de se lutarem pelos ideias políticos, se cotovelam no culto da personalidade aos chefes. Não há alternância política! Os sucessivos governos de partido único ancoraram-se ao “banho” eleitoral para se eternizar no poder. Os seus adversários políticos ganharam o epíteto de antipatrióticos e inimigos a bater. Na economia, os líderes africanos ostenta com agrado a promiscuidade entre os titulares de cargo público e negócios privados e empresariais. Nas ruas, a polícia recebe os descontentes políticos com balas verdadeiras, em vez de jato de água, balas de borracha ou gaz lacrimogéneos, etc, etc.…

 

Por isso, quando Barack Obama fala em “boa governação”, dizendo:      “(…) o que nós aprendemos nas últimas décadas é que quando há boa governação – quando temos democracias que funcionam, gestão criteriosa de fundos públicos, transparência e responsabilidade para com os cidadãos que elegem os líderes – isso é bom não só para o estado e o governo em exercício, mas também é bom para o desenvolvimento económico porque dá confiança ao povo, atrai negócios, facilita o comércio”, nos ouvidos dos líderes africanos, a mensagem entra neste ouvido e sai do outro. O que lhes preocupa mesmo é “salvaguardar a estabilidade política como base indispensável ao desenvolvimento, consagrando o princípio de não reconhecimento de governos instalados por via da violência ou por meios não constitucionais e antidemocráticos”. A prioridade deles é silenciar a ação critica dos cidadãos, apoiados no estribilho da unidade nacional.


Portanto, não deitaremos a toalha ao chão! Se não o fizemos antes não é agora que nos vamos dispersar. A luta é como uma corrida de estafeta.  Cabral soube receber o “bastão” das gerações precedentes. Correu até onde as circunstâncias lhe permitiram percorrer. O mesmo “bastão” passou a geração seguinte. Alguns, em vez de o agarrarem com responsabilidade, optaram pela falsa partida. Mas, como em todos os desportos existem regras, essas pessoas não podiam deixar de ser “desportivamente” desqualificados. A corrida foi interrompida, mas a  “competição” prossegue. Por isso, Ramos-Horta, nas suas BREVES PALAVRAS NA REUNIÃO DO CONSELHO DE MINISTROS E PLENÁRIA DO PARLAMENTO NACIONAL DE TIMOR-LESTE DILI, 2DE JUNHO DE 2013, dizia: "No país de Amílcar Cabral não deveria haver nenhum cidadão sujeito a prisão arbitrária e muito menos a tortura. A Guiné-Bissau de Amílcar deve ser um país modelo de respeito pelos direitos humanos, pela santidade da vida, de tolerância, solidariedade, de inclusão."

 

Apelamos por uma partida correta e definitiva!

 


Abraços!

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