BOATOS ASSASSINOS
Gostaria de partilhar convosco uma história de um moço da terra que foi caluniado em toda a morança (vila) de que o seu falecido pai tinha virado kacissa (lobisomem). O rapaz era ainda moço jovem com idade amancebado. A conta desse boato, as raparigas recusavam o seu pedido de namoro e nem amigos tinha. Andava isolado e era dedicado ao trabalho. Nos bailes as damas recusavam dançar com o moço. O povo cochichava quando o moço passasse. Sabia do boato mas resolveu ignorá-la aguardando pela primeira acusação ousada e direta. E quando isso aconteceu, o moço não fez mais nada, esperou pelo “Dia de todos os Santos”. Nesse dia, os habitantes rumavam para o cemitério da vila que ficava logo ali. Enquanto o povo trazia vela e flores para os seus entes queridos, o moço agarrou na pá e picareta. Justamente na hora que o padre estava a rezar missa pela alma dos defuntos, gritou pelo nome do acusador e chamou todo mundo para vir ver o esqueleto exumado do corpo do seu falecido pai, chorando e perguntando se quem virasse kacissa ainda tivesse o corpo enterrado? A partir daquele instante, o acontecimento serviu de lição sobre falsas acusações, nunca mais ninguém se atreveu a injuriar o moço, que então pude casar e ter filhos como qualquer cidadão da terra.
A história é parecida com os boatos lançados por Carlos Gomes Júnior à CPLP sobre a Guiné-Bissau, aguardando pelo dia do juízo final.
Nababu Nadjenal
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