Recordemos isto???
AO RAPAZ DA “SÚMBIA” DA FEIRA DA LADRA…
Asseguro-vos que, hoje - mesmo que suba até ao pico do klimandjaru – e olho para trás,
no tempo, não consigo vislumbrar como nhu Carlitos, antigo soldado dos tugas fascistas,
conseguiu infiltrar-se na minha vida.
Depois da morte do meu primeiro marido em Conacry – que Deus o tenha no outro mundo – a família reuniu e decidiu que juntasse com o seu irmão paterno, Luís Cabral.
Pois, não foi uma escolha minha! O casamento durou apenas quatro anos.
Descriminava estes órfãos meus.
Nino Vieira, que já andava a minha trás há muito tempo,
aproveitou o desgosto da minha família e protagonizou a campanha do rompimento do pacto matrimonial.
Separamo nos no dia 14 de Novembro e Luís Cabral fugiu para Portugal.
Nino era praticamente da família, trabalhador, todos gostávamos dele.
Até para casar parecia um ótimo parceiro. Casamos sem muita lengalenga!
Das primeiras pessoas que Nino me apresentou foi o Carlitos. Não me apresentou sequer os seus companheiros e amigos de longos e duros anos de luta,
e que cavaram a prisão de Catió para o libertar da prisão.
O Carlitos era mais que um simples amigo do meu marido, mas sim como um filho adotivo.
Contavam que o rapaz era filho bastardo de nhu Carlos Banco, de tchon-di-papel.
O meu marido confiou muito nele por isso entregou-lhe todos os negócios que tinha.
Carlitos não precisava de marcar audiência para ver o meu marido.
Não partilhava praticamente nada comigo, tirando a cama, claro!
Não posso tapar o céu com a peneira,
mas o meu marido passou a preferir outras companhias,
preterindo a saúde e escola dos miúdos.
Posso até dizer que chegou a “saltar a cerca”.
Mandou prender e matar muitos dos meus filhos órfãos.
Mas, para ele, Carlitos era um rapaz perfeito. De repente, Carlitos começou a inchar-se.
Quando o meu marido o mandava chamar, ora demorava a chegar ora desculpava-se com trabalho e não vinha.
Mesmo o meu marido não se importava. Bissau é uma vila pacata e não há nada que não se saiba.
Todos sabíamos que o Carlitos, se não fosse Nino, ele não era ninguém. Percebes que estou a dizer?
Essa arrogância dele vem de aonde? No Banco Nacional, quando Victor Freire Monteiro era Governador e Lima Barber Vice-governador, ele roubou muito dinheiro.
Não foi por acaso que Victor mandou-lhe para o olho da rua.
Terá sido daí que surgiu a expressão: “a serpente engoliu o dinheiro”.
Não foi para prisão só porque tinha costas quentes nessa época. E quem era a serpente. Ele!Lembrome, por exemplo, de Manel Forbes,
que devia beneficiar do assalto, focou na rua de amargura até hoje.
Olha, ouvi dizer que emigrou para Portugal.
O clima entre os dois homens permaneceu-se um tanto ou quanto morno até um certo tempo.
Posso dizer que Carlitos fez a pirueta para a trincheira do inimigo assim que o meu marido começou a ter problemas.
Começou a revelar o seu verdadeiro carater.
Todas artimanhas tinha um único objetivo: apoderar-se do património do meu marido.
Alegava, inclusive, a boca pequena, claro, que tudo o que o meu marido lhe entregara era roubado do povo.
Portanto, é precisamente aqui que está o problema.
Costumo dizer:
se o meu marido fosse ladrão ele era cúmplice.
Não era nenhum polícia e muito menos podia fazer justiça com as suas próprias mãos.
Não passava de um “filho adotivo” e nada mais que isso.
Entretanto, Nino teve problemas graves e foi obrigado a fugir para Portugal.
Ele, nem uma palha mexeu! Passados cinco anos no exilio, quando o meu marido regressou, Carlitos parecia um contumaz, fugia do meu marido. Não queria fazer contas com ele.
A certa altura, viraram-se praticamente inimigos jurados de morte. Recordo-me, uma vez, ter o mandado chamar, ele fugiu para a sede das Nações Unidas em Bissau,
alegando que estava a ser perseguido.
Entramos, então, no período de desconfiança de parte a parte.
E não se toleravam mais. O Carlitos como forma de se resguardar passou a usar a técnica de aliciamento para ganhar os lugares de destaque política.
Foi justamente no seu consulado, como chefe do governo que homens armados - logo após a morte de Tagme Na Waié - atacaram a nossa casa, à noite, e esquartejaram o meu marido.
Quem não se recorda da catana, das duas cadeiras e o chão e as paredes da sala inundados de sangue do meu marido.
Carlitos não mexeu uma única palha.
Nunca se dignou pronunciar-se tamanha barbárie.
E quando fosse confrontado com a questão,
esquivava-se na ideia de o assunto..., está no segredo da justiça.
Pergunto: um atentado com esta envergadura, não mereceria, por uma questão de segurança nacional, uma tomada de posição pública do governo? Então, os ataques de 11 de Setembro, em Nova Iorque, envolveram na investigação, FBI, CIA, Interpol, etc.,
mas isso não coibiu o Presidente George Bush, de falar ao seu país ao mundo.
Na Guiné-Bissau, nada!
Muitos dirão que nessa época, a CPLP era incompetente e não tinha voz…
Alguém já imaginou o sofrimento de uma mulher viúva criando filhos sozinho?
Todos os homens que aparecem à minha frente diziam que eu era a mulher mais formosa e radiante, mas nenhum gramava os meus lindos miúdos.
Mas, quando fossem embora ou falecessem, deixavam-me sempre com filhos órfãos, para eu criar sozinha.
Quando assassinaram Nino, a família reuniu-se e escolheu para mim o Malam Bacai Sanhá.
Esse já era velho e doente. Não tardou muito, faleceu em París, em Janeiro de 2012.
Com a morte de Malam, Carlitos pulou da sua cadeira oferecendo-se para casar comigo.
Então, o homem é casado como iria mais casar comigo?
Fez todas as artimanhas para concretizar o seu projeto, mas a minha família recusou.
Também ele não podia com os meus filhos que começaram a morrer misteriosamente.
O mais velho, o Hélder Proença, que fugira para o Senegal caiu numa cilada. Olha, encontramos o seu corpo em Bula. O Baciro Dabó, esse foi atacado à noite em sua casa por homens desconhecidos. Roberto Cacheu desapareceu até hoje sem deixar rastos.
O irmão mais novo do Baciro, Iaia Dabo,
foi assassinado em plena praça pública diante da polícia e do chefe dos direitos humanos.
O coronel Samba Djaló também abatido a sangue frio em pleno ato eleitoral.
Acreditei nos homens para descobrir o assassino, mas tudo ficou na lengalenga.
A minha única esperança tem sido a Ressureição.
E como se isso tudo não bastasse, ainda nhu Carlitos teve a ousadia de juntar homens de Angola para impressionar a minha família para casar comigo.
Foi daí que o meu pai se levantou e deu um valente muro na mesa, chamou-lhe bandido e mandou-o para o olho da rua.
Sim, é demais, o homem é perigoso. Está metido em tudo e tem pacto com o diabo.
Libertou o cargueiro de droga, Lamu Star, etc.,
ninguém o inquiriu em Bissau, nem a Interpol e muito menos a DEA o investigou.
Na sua mente distorcida e colonial parece que descobriu a pólvora quando espalha pelo mundo que as nossas forças armadas são dominadas por um grupo tribal.
O mundo fascista da CPLP -
sobretudo Angola, Portugal e Cabo Verde – abraçou a ideia como se de um contexto estranho a Africa das etnias se tratasse ou que
a mesma realidade não ocorresse também, por exemplo, nas forças armadas de Angola e de Moçambique.
Nhu Carlitos, insiste ainda na ideia de querer casar comigo.
Até já escutei que declarou que tinha mais chance que os outros pretendentes e que regressaria no dia do meu aniversário, 24 de Setembro.
Foi pedir Ramos-Horta em vez de me pedir a mim que sou dono desta casa.
Convido-o, então, para a festa!
Por outro lado, permita-me que lhe diga que, antes de mais, terá que responder a justiça, por aquilo que aconteceu ao meu marido e os meus filhos.
Outra coisa: saiba que o casamento não é à força.
Ele consiste na união civil e voluntária entre duas pessoas.
A Lei da nossa terra também não resguarda qualquer proteção a qualquer modelo de família que abrigue mais de dois cônjuges.
Será que entendeste mesmo tudo o que acabei de formular? O senhor é casado, deixa-me em paz!
Abraços do Doka Internacional..., o homem a quem muitos desejam silenciar na escrita.
Jesus Cristo, falava por enigmas..., e hoje eu Doka também falo.
Aonde é que está o problema??? Perceberam a história???
Pensem, Cadogo jr...., i bandidu.
Hoje temos alternativas, lutemos por ela.
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