sábado, 4 de janeiro de 2014

BALANÇO DE UMA TRANSIÇÃO POLÍTICA:
KUMBA YALÁ E AS SUAS MARIONETES 

Caro Doka,

Tenho tentado manter-me silencioso, mas preciso que esta reflexão chegue aos guineenses. 
Peço-te que não escondas a realidade, tu que conseguiste o respeito de todos pela entrega que tens demonstrado à busca da verdade sobre a nossa terra, no que toca à sua dita classe política (políticos são os que servem o bem da comunidade!).

Há uns meses atrás, um guineense chamou Kumba Yalá de “feiticeiro escondido”. 

Acho que tem toda a razão e vou mais longe, vou caracterizar esse feiticeiro escondido; os seus lacaios maiores nesta Transição Política na nossa terra; e aqueles que ele continua a utilizar como marionetes e que ingenuamente fazem o jogo dele, sem reparar que todas as culpas lhes caem depois em cima dos ombros e que todos os guineenses saem prejudicados.

Vamos ao trabalho. Desmascaremos o malvado que mantém a nossa terra a ferro e fogo, utiliza os corruptos que o servem e engana uma etnia completa, utilizando também os seus membros nas chefias militares para alcançar os seus fins inconfessável e astutamente criminosos.

Os irmãos guineenses já sabem que Kumba Yalá habituou-se a mandar chamar à sua residência o Primeiro Ministro Rui Duarte Barros.

Quem é Kumba Yalá, que não exerce qualquer função pública (e que nunca gostou de trabalhar), para ter a autoridade de chamar à sua residência o Primeiro Ministro para lhe dar instruções? Por isso se fala em Bissau de “um presidente no palácio” e “um presidente em casa”.

As máscaras começam a cair e a mostrar os rostos dos que bloqueiam esta Transição Política, que podia ter sido uma excelente oportunidade para fazer melhor e para corrigir disfunções do Estado, dos serviços públicos em geral e da sociedade guineense.

Kumba Yalá impôs a pessoa de Rui Duarte Barros como Primeiro Ministro desta Transição Política, por saber que este não tem personalidade, nem carácter, nem vontade própria, nem coragem, nem visão estratégica para tirar o país da situação em que se encontra. 

Kumba Yalá precisava de um Primeiro Ministro submisso e sem ideias próprias, apenas disposto a SER PRIMEIRO MINISTRO. 

E Kumba já conhecia bem Rui Duarte Barros: foi no regime de Kumba Yalá e com Rui Duarte Barros como Ministro das Finanças, que desapareceram quinze milhões de dólares da ajuda do FMI à Guiné-Bissau! Eles são aliados na corrupção!...

Mas Kumba está a ver o tiro a sair-lhe pela culatra, com as crescentes contestações sociais e greves dos trabalhadores contra o Governo de Rui Duarte Barros e as acusações públicas de outras instituições estatais, como o Estado-Maior General das Forças Armadas, contra o mesmo Governo. 

E Kumba está aflito, porque sabe que falhou e porque tem medo de perder o controlo do Governo que conseguiu com o obediente Rui Duarte Barros, para quem tudo está bem desde que possa continuar a tirar vantagens materiais da situação, através da corrupção em que está mergulhado com o seu Governo. Corrupção gritante e indisciplina alarmante, já conhecidas sobejamente dos guineenses e da Comunidade Internacional.

Rui Duarte Barros não passa de um triste exemplo de como se mantém o statu quo miserável em que mergulharam o nosso país, com uma gestão sem ciência, sem seriedade e sem disciplina. 

Cada membro do Governo faz o que quer e bem entende e Rui fica calado pois, na desordem e na anarquia, é muito mais fácil roubar e muito mais fácil passar despercebida a sua incompetência e falta de programa ou plano de acção para alterar favoravelmente a situação podre do nosso Estado.

Mas Kumba Yalá continua também a enganar a etnia Balanta, fazendo-se passar por seu salvador, quando na realidade só pensa em si próprio e na sua vocação para a corrupção e a violência, sem vergonha nem escrúpulos e sem se importar de manchar os Balantas, deixando todos os Balantas estigmatizados como sendo os malvados da Guiné-Bissau, o que não corresponde minimamente à verdade.

E Kumba Yalá age assim e continuará a agir assim somente porque sabe que a sua etnia é maioritária nas fileiras e nas chefias das Forças Armadas e, através destas chefias, que utiliza para seu proveito próprio e pessoal, quer continuar a impor a sua vontade desequilibrada e doentia na Guiné-Bissau.

Se os Balantas não fossem maioritários na sociedade guineense e nas suas Forças Armadas, Kumba já teria mudado de etnia, como fingiu mudar de religião, para enganar os muçulmanos, em particular os Fulas, somente para acrescentar aos Balantas uma outra grande etnia, com o propósito final de garantir a sua indefinida reeleição presidencial enquanto estiver vivo. 

Mas as Forças Armadas da Guiné-Bissau vão acabar por compreender que nada ganham com Kumba Yalá, senão vergonha, culpa, desprestígio, isolamento nacional e internacional e que, se não deixarem de obedecer-lhe e de se comprometer em barbaridades por causa dele, podem vir a ser objecto não só de  perseguição internacional, que já está a acontecer, como também de ódio colectivo nacional na Guiné-Bissau.

Vamos todos desmascarar o FEITICEIRO MALVADO KUMBA YALÁ e todos os que se deixam controlar por ele, lançando a nossa terra na maior confusão, precariedade, pobreza, desorientação, atraso e vergonha.

Kumba e Rui Duarte Barros e o Governo de ambos não servem para a Guiné-Bissau e só agravam as contradições entre os guineenses. 

E, enquanto Kumba finge estar distante e ser inocente de todo o mal que está a acontecer no país, Rui Duarte Barros distancia-se até dos membros do seu próprio Governo, isolado, calado, sem voz própria, sem orientação, sem capacidade de direcção, exilado no seu gabinete, onde assiste, com os bolsos cheios, ao desastre nacional que ajudou Kumba a criar e ao desperdício de mais uma Transição Política, agravando problemas que podem vir a provocar outra crise e outra consequente TRANSIÇÃO POLÍTICA.

Nunca outro país viveu tanto tempo em TRANSIÇÃO POLÍTICA como a Guiné-Bissau! Estamos sempre em TRANSIÇÃO…

Chega! Basta! Não vamos continuar a permitir que matadores corruptos e hipócritas continuem a fazer perigar a coesão, a unidade e a solidariedade nacionais, comprometendo o futuro da Guiné-Bissau enquanto Estado e o futuro dos guineenses enquanto sociedade.

FORA COM O FEITICEIRO E COM A SUA EQUIPA DE MALVADOS!
E CUIDADO COM ELE, PRINCIPALMENTE AS CHEFIAS MILITARES, A QUEM ESTÁ A EMPURRAR PARA O PRECIPÍCIO!

KUMBA YALÁ FINGIU DESISTIR DA CANDIDATURA A PRESIDENTE DO PRS PORQUE PERCEBEU QUE IA PERDER AS ELEIÇÕES NO SEIO DESSE PARTIDO

Efectivamente, assim foi: durante o último Congresso do PRS, Kumba Yalá compreendeu que o seu opositor e concorrente à presidência do PRS, Sola Inquilim na Bitchita, ia ganhar as eleições internas no PRS.

Malabarista, isto é, esperto (o que não quer dizer inteligente!), Kumba Yalá negociou rapidamente com Alberto Nambeia, então outro candidato a presidente do PRS e sempre obediente a Kumba, e passou a Nambeia os votos dos seus apoiantes, para que Nambeia pudesse obter a maioria na votação do Congresso.

Kumba fingiu então, com um discurso de falsidade, retirar-se da corrida à presidência do PRS. 
Porque se candidatara então? Estava noutro surto de esquizofrenia quando se candidatara, ou simplesmente compreendeu que nem no PRS era já benquisto?! 

E, assim, conseguiu enganar novamente muita gente de que é democrata e, para ser Presidente da República, desistiu de ser presidente de um partido político. Mas será que só descobriu isso em pleno Congresso do PRS, em 2013 e depois de ter apresentado a sua candidatura a presidente desse partido, repetindo o que já fizera tantas e tantas vezes?

Kumba, que vá enganar tolos, se ainda os há!

ALÉM DE RUI DUARTE BARROS, OUTRA DAS MARIONETES DE KUMBA YALÁ É SERIFO NHAMADJO

Admirável país o nosso, em que continuamos a viver de discursos falaciosos, sofísticos, fingidos e hipócritas, enquanto nos matam, espancam e roubam!

É demasiada coincidência a doença do Presidente da República de Transição surgir imediatamente após a denúncia de que desviou e se locupletou com centenas de milhões de Francos CFA da ajuda do Senegal à Guiné-Bissau!

Lembram-se os guineenses? Ou já esqueceram também isto?

Doença estratégica ou fuga por vergonha e para fazer “esfriar” o assunto?

Mas não se sentiu doente para ir ocupar o palácio presidencial, ainda que por quatro a seis meses, quando o mesmo acabou de ser restaurado e ampliado pelo Governo da República Popular da China, acto que qualquer democrata teria evitado, deixando o palácio para quem viesse a vencer as eleições presidenciais. 

Digo bem, qualquer democrata. Logo, não Serifo Nhamadjo!, esfaimado de poder e luxo, mas disfarçado de humilde, simples, pacato, caladinho e sorridente.

Mas ele sabia bem o que estava a fazer pois, agora, está a preparar-se para candidatar-se à Presidência da República, à revelia da Constituição (que veda essa possibilidade ao Presidente Interino!) e sem que as forças políticas em presença tenham acordado tal, como sucedeu com Malam Bacai Sanhá, na Transição Política de 1999-2000.

É caso para dizer-se que provou e gostou do cargo e, logo, acha que deve ficar lá, sem se importar de nada ter feito pelo país, pelos cidadãos e pelo sistema político guineense!

Calado, escondido, incapaz de tomar decisões, só trabalhou para unir o PAIGC e devolvê-lo institucionalmente à Assembleia Nacional Popular, para que o Poder não lhes escape das mãos, como vai todavia acontecer, mais dia menos dia, pela própria dinâmica da sociedade guineense, que não vai ficar eternamente a ouvir discursos balofos e repetitivos, sem reflexo na prática política e sem uma liderança culta, esclarecida, politica e ideologicamente capaz de traçar metas estratégicas para o futuro, vivendo de discursos baratos e da imitação teatral, sem substância nem verdadeiro propósito sociopolítico.

Calado, escondido, deixou Kumba Yalá ser, na sombra, o Presidente da República de Transição (o “presidente em casa”, de que fala o povo)!. As consequências não podiam ser outras, à imagem do próprio Kumbva: desorientação, deriva, corrupção, espancamentos, mortes!...

Vamos todos pedir a Deus que ajude a nossa terra! Que nos livre e liberte!

KUMBA YALÁ FINGIU TAMBÉM DESISTIR DA CANDIDATURA A PRESIDENTE DA REPÚBLICA PORQUE  NEM O SEU PARTIDO, O PRS, O QUER NESSE CARGO

Assim foi.

No dia 01 de Janeiro de 2014, Kumba Yalá surpreendeu os simples e incautos com a declaração da sua retirada da vida política activa.

Nesse acto, Kumba teceu elogios a si próprio, afirmando que foi sempre democrata e que no seu mandato nunca mandou prender e menos matar ninguém e que escutava as críticas que lhe eram feitas e tentava corrigir os seus erros…

Pura mentira, para enganar esquecidos ou comparsas: Kumba pensa que os guineenses não se lembram das prisões de jornalistas (até de senhora grávida, Paula Melo, da Televisão Nacional, que abortou na prisão!). Da  prisão de líderes partidários e Deputados, como Victor Mandinga e o Deputado da RGB Movimento Bafatá, espancado no próprio salão da Assembleia Nacional Popular por agentes da Polícia de Intervenção Rápida. Do assassinato e desaparecimento de cidadãos, civis e militares, como Florinda. 
Do desaparecimento de enomes fundos públicos doados por instâncias internacionais como o Banco Mundial e o FMI. De como, totalmente pobre quando chegou a Presidente da República, três anos depois, quando foi deposto, afirmava que as Forças Armadas lhe deviam seis milhões de dólares que lhes adiantara para pagar os salários dos militares num período em que o Governo dele, Kumba, não conseguia pagá-los? Isto sem contar com a riqueza que ostenta em Marrocos, onde vive como um multimilionário?

Quem é que Kumba quer enganar, mascarando-se agora de democrata?

O “democrata” Kumba, que acaba de admitir em entrevista gravada em vídeo, que mandou matar Ansumane Mané por este o ter “ofendido” e que se estivesse no local, teria dado pontapés ao cadáver? 
Uma entrevista dirigida e moderada por Doka Internacional.

O “democrata” Kumba que, dias antes, dizia que ia esmagar os seus concorrentes à Presidência da República como quem esmaga pedras, porque ele está preparado para isso? Como? Com a sua milícia privada?

Mas o cérebro de Kumba Yalá não o ajuda e prega-lhe mesmo partidas!

Depois do seu “discurso democrático” de retirada da vida política activa do dia 01 de Janeiro, logo no dia seguinte, isto é, a 02 de Janeiro, Kumba volta a chamar os jornalistas para anunciar que “propõe” aos guineenses a figura de NUNO NABIAM, militante do PRS, como candidato a Presidente da República.

E Kumba explica porquê: “porque até àquele momento o PRS não tinha conseguido escolher um candidato às eleições presidenciais de 16 de Março próximo!”

Ficou assim tudo claro! Então, agora, compreende-se o porquê de Kumba Yalá ter declarado que se retirava da política activa e, mais à frente, ter dito que “não seria candidato em 2013”! É que, Kumba compreendeu que perdeu a ascendência de que gozava no seio do PRS e, logo, que, se nem o PRS o propõe, não vale a pena candidatar-se!...

E então, vingativo como sempre, Kumba Yalá decide lançar a divisão no PRS, “propondo” à sociedade guineense um candidato a Presidente da República proveniente do PRS, à revelia deste Partido.

Coitado do Kumba Yalá! Como todos os ditadores, tinha de acabar abandonado pelos seus próprios correligionários!

E com que legitimidade Kumba Yalá “propõe” à sociedade guineense um candidato presidencial? Ele que não é partido, nem associação, nem instituição, nem político activo?

Este é o espírito conturbado de Kumba Yalá, falando pela voz do próprio! A voz do desequilíbrio, da incompetência, da ilegitimidade, da ilegalidade, do ódio, da vingança, da estupidez, da esquizofrenia, da megalomania doentia, mórbida, decadente, corrupta, venenosa, desestabilizadora de tudo e de todos!

Adeus, Kumba Yalá! Boa viagem para o Inferno!

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