quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Prezado Doka,
Agradecia que publicasse este artigo no seu blog.

No pensa diritu suma Guineenses, pa no encontra mindjores soluções pa terra ".

E com muito interesse que li no seu blog as duas reacções diferentes, em relação a nomeação do Botche Cande, no bastante complexo e difícil cargo de Ministro da Administração Interna. Na verdade, é de toda a justiça privilegiar o conhecimento técnico-científico, aliada à experiência, quando se trata de desempenhar determinados cargos na Administração do Estado. Embora se reconheça em cada cidadão o direito de opinar, mas acho que a nomeação do Botche Cande não deve ser motivo de polémica, porque ele não é culpado, e a sua nomeação reflecte pura e simplesmente algo de incoerente da parte de quem o nomeou para esse cargo.

Os Guineenses escolhidos para estarem à nossa frente não devem jamais refugiar-se naquela de falta de quadros, como nos primeiros anos da independência nacional, porque durante esses anos, o PAIGC pode ser acusado de falhar em muita coisa, mas não na formação e qualificação dos recursos humanos do país.
No caso em apreço, tem que se ter em consideração o relevante papel desempenhado por esse politico para a eleição do Domingos Simões Pereira, tanto no famoso Congresso do PAIGC em Cacheu, quanto na campanha eleitoral para as legislativas em que saiu vencedor o partido libertador.

Não obstante esse reconhecido papel, de facto, a recompensa foi grande demais, porque o visado é já membro da Comissão Permanente do Bureau Politico do PAIGC, lugar que não requer exigências, em termos de formação académica, e bastava que fosse apoiado nos seus negócios para que a justiça fosse assim feita e não bombardeá-lo com esse cargo.

Será que nomear ministro o Botche Cande, com esse nível baixo de literacia, se é que tem algum, não desencoraja as crianças a irem a escola, sobretudo em pleno Sec. XXI?
O Botche Cande tem valor, como agitador político, mas sinceramente é já chegado o momento de, no maior partido politico do pais, o PAIGC, fundado por um Engenheiro Agrónomo de referência mundial, abandonarem-se práticas que não contribuem senão para desincentivar a nossa juventude, dando uma falsa imagem em como o diploma ou o conhecimento técnico-científico não é importante, mas sim o activismo político.

No Congresso de Cacheu, alguns entenderam de que apoiar o Braima Camara, vulgo Baquecuto, era o maior pecado, porque não tinha formação universitária. Mas, aqueles que conhecem esse, que era candidato, principal rival do Domingos Simões Pereira, sabem perfeitamente e podem testemunhar isso, de que esse jovem empresário e político não é um cidadão qualquer, e muito menos um semi-analfabeto.
Não vou entrar nessa do Balde, de Londres, sobre destacados auto-didactas como o Jonh Mayor, o Jacob Zuma, o Jacques Delors, o Pierre Beregovoy, antigo Primeiro-ministro da França que se suicidou após ter sido demitido das suas funções ou lopés e fundinhos, burmedjus, pretos ou nok nok, tchom di pepel, etc, mas queria informar aqueles que não sabem, de que o Baquecuto é altamente competente. Que perguntem os membros da direcção da CCIAS…! O Ba é um grande auto-didacta e a sua companhia favorita é o livro.
Mas quantas pessoas é que se formaram através de cursos a distância, e bem formadas, embora tenha a plena consciência de que o ciclo normal é, em certos casos, mais estruturado?
Muitos dos que se insurgiram contra este jovem político promissor, Baquecuto, sabem perfeitamente "di kuma i mas elis tene cultura geral, ita skirbi mindjor di ki elis, i mas elis tene caneta cumprido", um verdadeiro self-made man. Frequentou vários cursos especializados de curta e média duração, em diversos domínios como a Economia, o Comércio Internacional, Contabilidade, Marketing, etc.

Quero que fique bem claro, ambos, o Botche e o Baquecuto, são pessoas que respeito muito pelo seu percurso e o sucesso que cada um conseguiu, mas é bom separar o joio do trigo. Isto é, em termos de know-how técnico-científico, não tentar aproximar e nem comparar os dois, porque é precisamente o que muitos tentaram fazer em Cacheu.
E agora? Onde está toda aquela retórica de competência, mérito, etc. etc, na formação do Executivo? Que fique igualmente claro de que não tenho relação, nem de perto e nem de longe, com nenhum dos dois e nem me interessa o que cada um faz, tem ou é. Estou apenas a comentar e a estimular o pensamento colectivo, sobretudo da cidadania, sobre aquilo que nos é comum, a Guiné-Bissau.

Será que em pleno Sec. XXI não constitui insulto termos, sentados à mesma mesa, directivo do MAI, o Botche e o Secretário de Estado, o Jurista Doménico Sanca, um jovem quadro de reconhecida competência técnica, com o agravante de se ter ainda a mesma mesa, grandes capacidades técnicas do Ministério da Administração Interna, altamente formados, entre oficiais superiores e oficiais generais? PAIGC, ku DSP, bo tempacensa, djintis pui esperança tchiu na PM, pa limpanu lágrimas, pa facinu diskici no kasabi.
Mas, infelizmente uma vez que o mal já esta feito, até que o Domingos Simões Pereira acorde,
Rezemos apenas para que o Senhor ilumine o seu caminho do nosso vem querido PM, Domingos Simoes Pereira e a sua equipa, para levarem o barco a bom porto. Deixemos o Primeiro-ministro trabalhar e contribuamos com sinais de alerta preventiva para evitar que caia no precipício. No rasa na mesquitas pa relis, no darma irans pa relis, no cindi vela na igrejas pa relis

Uma coisa é certa, o Botche é simplesmente uma gota nesse grande Oceano. Com ele ou sem ele no governo, a Guiné-Bissau jamais será governada como dantes.
Juro pela alma da minha falecida mãe de que as expectativas não serão defraudadas. Tenhamos fé no Senhor, Todo Poderoso, Omnipotente e Omnipresente.
Muchas gracias Hermano mio.

Fidju di Sul

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