sábado, 23 de agosto de 2014

OLÁ AMIGO...
"Não guardo rancor. Só não tenho amnésia!" Estão a falar, de novo, da "Reconciliação"? Conforme noticiou "Radio Sol Mansi", o parlamento da Guiné-Bissau está a preparar uma conferência nacional da reconciliação que deverá acontecer, o mais tardar, no primeiro trimestre de 2015. 
A referida conferência – dizem - estará sob a tutela do parlamento guineense e com o alto patrocínio do Presidente da República, José Mário Vaz. Mas, pergunto, quem precisa de se reconciliar ou de reconciliar com alguém?
Ora, o termo "Reconciliação" pode ser interpretado de varias maneiras. Trazemos aqui duas explicações possíveis: a ligada a Religiosa e ao Direito. 
A religiosa é quando se faz confissão dos pecados cometidos. A de Direito, significa o reatamento da "vida em comum" pelos "cônjuges" separados... Então, qual das duas a Assembleia, com o patrocínio da Presidência da República, irá recorrer: 
a) pela confissão dos crimes cometidos pelo PAIGC nos últimos 40 anos ou 
b) pelo reatamento dos "laços" entre o PAIGC e o seu braço armado? Se a humildade e a verdade são a base e o fundamento de todas as virtudes, então não podemos esperar que o PAIGC opte pela confissão dos crimes. 
Resta-nos então a tentativa de "reatamento de laços" com as forças armadas, o que neste momento não passa de utopia. 
Ainda à propósito da "Reconciliação", nunca vi a "Reconciliação" com defuntos, não, nunca! Em democracia, quando a "Reconciliação" não contempla a confissão dos crimes cometidos, os seus propósitos implicam algo fedorento relacionado com branqueamento da memória, aliciação e silenciamento dos familiares das vítimas. 
O que em democracia era normal, seria atender as vozes clamorosas dos familiares das vítimas e do povo em geral, apelando pela Justiça, para que tudo isso sirva realmente de lição para o futuro.
Nô ka bin konta tidjas na Bissau! 

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