“O OUTRO DESEMBARQUE”…
Dizia alguém que “o conhecimento das plantas começa
pela noção que se tem sobre a sementes que se lançam à terra”. E quando a
planta brota do solo fértil e não é cuidada, ela estiola e morre. Esta imagem
pode ser transportada para os momentos da guerra e do pós-guerra, em qualquer
sociedade humana.
Provence, no sudoeste da França, foi o local de
desembarque dos combatentes indígenas das colónias francesas de África no dia 15 de Agosto de 1944, para lutar
contra a ocupação nazista. Na
sexta-feira passada, dia 15 de Agosto de 2014, O Presidente francês, François
Hollande, expressou sentimento de gratidão do Estado francês aos “combatentes
africanos, franceses e indígenas” que participara há 70 anos na operação
militar da Segunda Grande Guerra.
Disse Hollande: “É ao sul que a
Europa deve a sua saudação e isso não devemos jamais esquecer. Agora é a nossa
vez, da França e da Europa, de dar ao sul o que ele foi capaz de nos dar no
verão de 1944. Devemos levar apoio, segurança, solidariedade e desenvolvimento”.
Evidentemente que os guerreiros que sacrificaram heroicamente em batalhas de
libertação do jugo nazista merecem ser lembrados, homenageados, inclusivamente,
idolatrados e revisitados.
O que, na verdade, desonra a memória dos combatentes
é a Europa pretender justificar, hoje, o seu regresso traiçoeiro a África a partir das sepulturas do soldados
africanos que tombaram na Segunda Grande Guerra.
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