UM ESTADO NAS REDES SOCIAIS
Sobre o Presidente desta República, o partido que o suporta e o Ministro do Interior, há 3 dias que, sem descortesia, assiste-se a um folhetim no Facebook, numa espécie de guerra de comadres e num lavar de roupa muito suja. Descobrem-se carapuças e, uns a outros, puxam galões e orelhas.
Já não há engodo nenhum para dizer aos que estão em picardia, alguns esperançosos e de empenho identificado, para se juntarem pela Guiné-Bissau. Perda de tempo! Ademais, o bom senso, que aqui não reina, diria que quem se meter no meio disto, se prepare para o que lhe reservarão.
No entanto, tudo acontece em atentado ao prestígio do nosso Estado, um bem que já não se tem desde a proclamação unilateral da independência, não obstante recentes visitas do mais alto nível e algumas frugais realizações.
Muitos éramos e somos contra o regime de décadas e, por o sermos, juntámo-nos para levar ao poder o opositor. FOSSE ELE QUEM FOSSE! Até tivéssemos que nos aliar aos dispensados pelo regime.
Porém, a força do regime de décadas é incomensurável. A África ilustra esta afirmação.
No EXERCÍCIO DO PODER DO ESTADO, foram imensos anos de intriga, bocacinho, furta dinheiro de Estado, acerto de contas, suti, maltrato, baripadja, sufrimento, dur, esperança, inventonas, intentonas e até assassinatos. Difícil cortar raízes! Mas não seria impossível, caso no cenário atual não tivessem ressurgido personagens do anterior regime, ou seus herdeiros, em encosto consentido e travestidas, nem todas, que, com destreza e alguma habilidade, persistem em reproduzir o passado do Estado, inibindo que deste presente surja algo diverso.
A obra da secreta no passado, um esquema caduco que vivemos na pele, há pelo menos 40 anos, tomou formas díspares e é hoje reproduzida nas redes sociais, agora com a destreza necessária para os tempos cibernéticos.
Com algumas exceções, a maioria dos INSURGENTES ON LINE, aspirantes, sem o fazer em consciência, acredito, permitem mesmo dar aval aos que até hoje ainda se encostam ao autointitulado messias. Dá-se razão aos que dizem que não se nos deu escola e nem educação. Dá-se balas ao regime supostamente deposto. Fazem tudo num amadorismo total, muita imprudência e incompetência, pouca perícia e, sobretudo, demonstrando a faceta do guineense não ser capaz de pensar num Estado, país e Nação. Ao invés, tudo se resume à célebre canção: BARRIGA (interesse pessoal).
O nosso Estado acaba por espelhar apenas o EU e a vida das pessoas, desde os que detêm o poder ao cidadão desconhecido. NÃO EXISTE UMA VOZ UNITÁRIA e as que ouvimos não convencem. Tudo se processa numa sociedade sem referências que se preze, sem critérios e no salve-se quem puder.
Desprestigia-se totalmente este Estado e as suas verdadeiras cabeças pensantes, enquanto tudo descarrila, infinitamente, para por em risco qualquer mudança desejável.
Provavelmente, os que estão no poder não se aguentarão com tudo que aqui estamos a assistir e com os temas diários que tiram o sono a qualquer santo.
O cerco aperta e as labaredas vêm de todos os lados.
As bases que sustentam a geringonça estão a fraguear.
É evidente que alguns, regozijados, estarão a deliciar o momento e a esfregar as mãos de ansiedade.
Mas que PRAGA!
Lamento! Mas, também é manifesto que estamos em vésperas de algo. Ao menos que seja algo ou alguém que ponha ORDEM nisto. Depois logo se verá! Cá estaremos, se Deus quiser!
Com desejos de um bom fim-de-semana e que se cuidem em recolher obrigatório de COVID.