CARLOS GOMES JÚNIOR
23.10.2013
Gostaria que alguém de bom senso me dissesse com que condições o grupo de "personalidades" do antigo regime da Governação de Carlos Gomes Júnior consegue viver sem sobressaltos de maior, em Portugal, rodeados dos seus familiares e sem exercerem qualquer actividade profissional, desde Abril de 2012 neste país de vida dura, difícil, para todos quantos trabalham arduamente e diariamente, independentemente da profissão ou estatuto, quanto mais, para aqueles que não trabalham...
Os guineenses gostam de criar "heróis", ainda que esses "heróis" não passem de vigaristas que delapidaram o tesouro público guineense para adquirirem imóveis (onde vivem à grande e à guineense) em Portugal e terem depósitos bancários que lhes permite viver em Portugal ou em qualquer outro país europeu, sem sobressaltos...
Mas quantos guineenses ou mesmo portugueses conseguem tal feito...?
Desde a chegada de Carlos Gomes Júnior a Portugal, após o golpe de Estado e do "trânsito" na Costa do Marfim, devido à pronta e responsável intervenção da CEDEAO, que o mesmo enveredou por ataques de toda a ordem contra os que o derrubaram, mas também, contra a CEDEAO e os países vizinhos da Guiné-Bissau.
Para Carlos Gomes Júnior, só a CPLP contava e conta para a Guiné-Bissau.
Insultou tudo e todos, em função dos seus interesses e das suas conveniências; tentou e tem tentado dividir tudo e todos, em função desses mesmos interesses e conveniências, mas não conseguiu, felizmente, nem conseguirá mais, nesta altura em que, passou a ser uma "carta fora do baralho", até pelos países e organismos que ainda foram levados por ele...
Hoje, em Portugal, Carlos Gomes Júnior é uma sombra dele mesmo; tem medo até da sua própria sombra...
Carlos Gomes Júnior está seguro de que há algo preparado contra a sua vida, aqui em Portugal...
Para ele, as ameaças provêm da Guiné-Bissau, ou seja das autoridades que o derrubaram a 12 de Abril de 2012, mas Carlos Gomes Júnior, melhor do que ninguém, sabe que as ameaças estão relacionadas com outras "ligações"...
Das suas ligações privilegiadas e nebulosas em Cabo Verde, e perante acontecimentos misteriosos ocorridos, também em Cabo-Verde, passou a recear pela sua vida, não por ameaças dos que o derrubaram na Guiné-Bissau, mas de outros, das suas múltiplas negociatas...
É por via disso que, nos dias que correm, Carlos Gomes Júnior não aceita sequer organizar ou promover eventos para tentar receber apoios das ditas comunidades que o apoiam...
Mas Carlos Gomes Júnior, que sempre soube que, por tudo quanto mandou fazer na Guiné-Bissau, enquanto Chefe do Governo, não teria como regressar ao país sem prestar contas, ou sem ser "submetido" a ajuste de contas, foi alimentando esperanças a uns tantos crentes em milagres de pecadores, seres humanos comuns, como ele...mas também, para tentar enganar tantos "investidores" que lhe proporcionaram milhões de milhões, aquando das eleições antecipadas de 18 de Março de 2012, confiantes de que Carlos Gomes Júnior seria Presidente da Guiné-Bissau e, por isso, os seus "investimentos" permitiriam que saqueassem a Guiné-Bissau...
Nos dias que correm, Carlos Gomes Júnior aposta num pedido de exílio oficializado a Portugal, por temer consequências dos seus inúmeros envolvimentos em negociatas tipo faca de dois gumes...
Carlos Gomes Júnior tem tentado por todos os meios que algo aconteça na Guiné-Bissau, para que possa ser ele a dirigir o país e voltar a merecer a "confiança" dos que "investiram" nele, mas já chegou à conclusão de que, as Forças Armadas da Guiné-Bissau estão unidas e não estão "à venda"...
Tem outras "forças" por ele patrocinadas/pagas, que, no entanto, a enveredarem por conflitos armados na Guiné-Bissau, serão, certamente, aniquiladas à mínima suspeição de movimentos; essas "forças", existem e estão monitorizadas/referenciadas, pelas Forças Armadas da Guiné-Bissau!
Carlos Gomes Júnior tem feito tudo para que o PAIGC não proclame um novo líder e, assim, vai dividindo o partido, com adiamentos da data do Congresso, de modo a ver se as suas "forças militarizadas" conseguem fazer algo e dar-lhe o dirigismo do país, continuando ele a liderar o PAIGC.
É que, tendo deixado de ser Primeiro-ministro, ou será melhor o termo candidato às presidenciais de 18 Março de 2012, ele que continua a reivindicar a existência de um Governo legítimo, que ele de facto chefiou e, a meu ver ele mesmo derrubou, ao abandonar o cargo para ser candidato, sem ter sido exonerado por um Presidente da República eleito e sem ter havido queda do governo que ele dirigia... o sustento político de Carlos Gomes Júnior é o estatuto de Presidente do PAIGC que ainda lhe pertence até que haja um Congresso que decida uma nova liderança do partido... e é aqui que está o grande "investimento" de Carlos Gomes Júnior, no PAIGC, a maior força política da Guiné-Bissau que, contudo, não é nenhuma empresa, mas sim, um partido político, muito especial, por ser o partido libertador!
Carlos Gomes Júnior sabe que não tem condições psicológicas, morais e éticas para regressar à Guiné-Bissau como se nada tivesse acontecido. É certo que todos os filhos da Guiné-Bissau têm o direito de regressar livre e espontaneamente ao seu país de origem, porém, a exemplo de todo e qualquer cidadão, que tenha "contas" a prestar com a Justiça, ele também não foge à regra...
É por estas e por tantas outras, que Carlos Gomes Júnior, que até tem uma vida e estatuto de milionário em Portugal, deve estar quase a solicitar, se já não solicitou, o estatuto de exilado às autoridades portuguesas, visando, sobretudo, obter protecção, já que os receios são muitos, dos seus multiplos envolvimentos gananciosos tendo a Guiné-Bissau como contrapartida.
Carlos Gomes Júnior a ser vítima, é/será vítima dos seus erros, dos seus crimes, que o tempo encarregar-se-á de mostrar a todos!
Vamos continuar a trabalhar!
A GUINÉ-BISSAU É A SOMA DOS INTERESSES DE TODOS OS GUINEENSES E NÃO DOS INTERESSES DE UM GRUPO OU DE GRUPOS DE GUINEENSES! Didinho