segunda-feira, 6 de julho de 2015

JOMAV não convenceu ninguém?!

Para quem seguiu atentamente o discurso do Presidente da República da Guiné-Bissau, titulado “ Mensagem à Nação e à Assembleia Nacional Popular ”, proferido no passado dia 3 de Julho, na Assembleia Nacional, por ocasião do 1º aniversário da tomada de pose do actual Governo, ficou bem claro que existem conflitos institucionais que muito dificilmente serão ultrapassados, mantendo a actual configuração no topo da hierarquia do Poder, considerando as remotas possibilidades de uma coabitação pacífica entre o próprio (o Presidente da República) e o chefe do Governo.

Infelizmente, o conflito pessoal entre JOMAV e Domingos Simões Pereira, que depois de terem sido eleitos Presidente da República e Primeiro-ministro, respectivamente se transformou em conflito institucional, tem provocado profunda divisão na sociedade guineense, dificultando a normal articulação entre os Órgãos de Soberania, tornando-se cada vez mais insustentável e intolerável do ponto de vista das prementes necessidades de conjunção e coordenação de esforços, considerando os compromissos assumidos com o nosso povo e a comunidade internacional, que apesar de tudo, não hesitou mais uma vez em estender-nos a sua mão solidária.

Personalidades políticas nacionais e estrangeiras, Serviços de Informação e de Segurança do Estado de Países com interesses bem definidos na Guiné-Bissau, estavam devidamente informados da eminência da queda do Governo do Eng.º Domingos Simões Pereira. Apesar da simpatia que muitos deles nutrem pelo Primeiro-ministro, não colocaram objecções, considerando que, infelizmente, acaba por ser a única forma constitucionalmente prevista para ultrapassar o impasse vigente, desanuviar o ambiente político e dar novo impulso à imprescindível interacção no funcionamento das estruturas do Estado.

Para o bem do País, o malogrado Presidente Malam Bacai Sanhá podia e devia ter destituído constitucionalmente o Governo de Carlos Gomes Júnior, com quem mantinha uma profunda divergência institucional, entretanto não o fez, alegando o imperativo de manter “ a famigerada paz e estabilidade de costas voltadas ”, deixando a situação se arrastar e se agravar ao ponto de ter que recorrer a violência para o fazer: Nas nossas memórias ainda continuam patentes os tristes episódios de 1 de Abril de 2010 e 12 de Abril de 2012 e as suas consequências, nada abonatórias para a imagem do País.

Portanto a mensagem do Presidente da República adia mas não descarta as possibilidades de destituir o Governo, caso se mantenha a actual crispação nas relações entre a Presidência e a Primatura, mesmo que tenha depois que reconduzir o actual Primeiro-ministro com emendas e alterações consensuais no referente a composição do novo Governo e na definição de prioridades nas estratégias do desenvolvimento à curto e médio prazos.

“Aliás, o ambiente institucional em que presentemente vivemos, se não tivesse sido gerido com maturidade e elevado sentido de Estado, poderia ter degenerado numa grave crise política, susceptível de pôr em causa o regular funcionamento das instituições, que forçaria o Presidente a adoptar medidas correctivas, sob pena de omissão do seu dever e compromisso constitucional de garantir o regular funcionamento das instituições, que perante vós assumi no acto da tomada de posse e que acabo de reiterar nesta minha Mensagem à Nação e à Assembleia Nacional Popular”.        
“JOMAV”


Este parágrafo diz tudo.Com o seu discurso apaziguador, JOMAV não convenceu nem os que queriam que pusesse fim à esta caricata situação e proporcionasse uma nova oportunidade à Guiné-Bissau, apontando um novo chefe de Governo, nem os que defendiam a continuidade do Governo no actual formato, de que estava disposto a tolerar infinitamente a actual indecência política. Ou seja, ele limitou-se simplesmente a transferir a batalha para um nível estratégico mais sofisticado, dando mais tempo de preparação à DSP que, sem acreditar minimamente nas boas intenções manifestadas pelo Presidente da República, fez contudo questão de agradecer e no seu estilo peculiar, vai preparando o contra-golpe que daqui à quatro anos deixará o seu adversário definitivamente fora da órbita do Poder.

O tempo vai passando e os acontecimentos vão-se sucedendo.

Bem-haja a todos!

dificilmente consegue esconder a enorme decepção, desilusão e indignação que provocou, tanto da parte dos apoiantes do Governo, como da dos que acreditavam ter em JOMAV o líder incontestável de que a Guiné-Bissau precisa neste momento, para fazer face aos enormes desafios impostos pelo imperativo de se projectar com sucesso no contexto das Nações.

Entretanto, sou de opinião de que mesmo assim, JOMAV irá contôrnar tudo isto de uma forma muito inteligente.

Muitos dos elementos da minha equipa se sentem em baixo, mas eu Doka Internacional vos apelo para que se mantenham firme porque sei o que se passa e o que está em causa e continuo acreditando em Jomav.

Abraços a todos, um obrigado..., mas continuemos a nossa luta sem nos desviarmos dos nossos objectivos.

Doka Internacional

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