JOMAV não
convenceu ninguém?!
Para quem
seguiu atentamente o discurso do Presidente da República da Guiné-Bissau,
titulado “ Mensagem à Nação e à Assembleia Nacional Popular ”, proferido no
passado dia 3 de Julho, na Assembleia Nacional, por ocasião do 1º aniversário da
tomada de pose do actual Governo, ficou bem claro que existem conflitos
institucionais que muito dificilmente serão ultrapassados, mantendo a actual configuração
no topo da hierarquia do Poder, considerando as remotas possibilidades de uma
coabitação pacífica entre o próprio (o Presidente da República) e o chefe do
Governo.
Infelizmente,
o conflito pessoal entre JOMAV e Domingos Simões Pereira, que depois de terem
sido eleitos Presidente da República e Primeiro-ministro, respectivamente se
transformou em conflito institucional, tem provocado profunda divisão na
sociedade guineense, dificultando a normal articulação entre os Órgãos de
Soberania, tornando-se cada vez mais insustentável e intolerável do ponto de
vista das prementes necessidades de conjunção e coordenação de esforços,
considerando os compromissos assumidos com o nosso povo e a comunidade
internacional, que apesar de tudo, não hesitou mais uma vez em estender-nos a
sua mão solidária.
Personalidades
políticas nacionais e estrangeiras, Serviços de Informação e de Segurança do
Estado de Países com interesses bem definidos na Guiné-Bissau, estavam
devidamente informados da eminência da queda do Governo do Eng.º Domingos
Simões Pereira. Apesar da simpatia que muitos deles nutrem pelo
Primeiro-ministro, não colocaram objecções, considerando que, infelizmente, acaba
por ser a única forma constitucionalmente prevista para ultrapassar o impasse
vigente, desanuviar o ambiente político e dar novo impulso à imprescindível interacção
no funcionamento das estruturas do Estado.
Para o bem
do País, o malogrado Presidente Malam Bacai Sanhá podia e devia ter destituído
constitucionalmente o Governo de Carlos Gomes Júnior, com quem mantinha uma
profunda divergência institucional, entretanto não o fez, alegando o imperativo
de manter “ a famigerada paz e
estabilidade de costas voltadas ”, deixando a situação se arrastar e se
agravar ao ponto de ter que recorrer a violência para o fazer: Nas nossas memórias ainda continuam
patentes os tristes episódios de 1 de Abril de 2010 e 12 de Abril de 2012 e as
suas consequências, nada abonatórias para a imagem do País.
Portanto a
mensagem do Presidente da República adia mas não descarta as possibilidades de destituir
o Governo, caso se mantenha a actual crispação nas relações entre a Presidência
e a Primatura, mesmo que tenha depois que reconduzir o actual Primeiro-ministro
com emendas e alterações consensuais no referente a composição do novo Governo
e na definição de prioridades nas estratégias do desenvolvimento à curto e
médio prazos.
“Aliás, o ambiente institucional em que
presentemente vivemos, se não tivesse sido gerido com maturidade e elevado
sentido de Estado, poderia ter degenerado numa grave crise política,
susceptível de pôr em causa o regular funcionamento das instituições, que
forçaria o Presidente a adoptar medidas correctivas, sob pena de omissão do seu
dever e compromisso constitucional de garantir o regular funcionamento das
instituições, que perante vós assumi no acto da tomada de posse e que acabo de
reiterar nesta minha Mensagem à Nação e à Assembleia Nacional Popular”.
“JOMAV”
Este
parágrafo diz tudo.Com o seu discurso apaziguador, JOMAV não convenceu nem os
que queriam que pusesse fim à esta caricata situação e proporcionasse uma nova
oportunidade à Guiné-Bissau, apontando um novo chefe de Governo, nem os que
defendiam a continuidade do Governo no actual formato, de que estava disposto a
tolerar infinitamente a actual indecência política. Ou seja, ele limitou-se
simplesmente a transferir a batalha para um nível estratégico mais sofisticado,
dando mais tempo de preparação à DSP que, sem acreditar minimamente nas boas
intenções manifestadas pelo Presidente da República, fez contudo questão de
agradecer e no seu estilo peculiar, vai preparando o contra-golpe que daqui à
quatro anos deixará o seu adversário definitivamente fora da órbita do Poder.
O tempo vai passando e os acontecimentos vão-se
sucedendo.
Bem-haja a todos!
dificilmente consegue esconder a enorme
decepção, desilusão e indignação que provocou, tanto da parte dos apoiantes do
Governo, como da dos que acreditavam ter em JOMAV o líder incontestável de que
a Guiné-Bissau precisa neste momento, para fazer face aos enormes desafios
impostos pelo imperativo de se projectar com sucesso no contexto das Nações.
Entretanto, sou de opinião de que mesmo assim, JOMAV irá contôrnar tudo isto de uma forma muito inteligente.
Muitos dos elementos da minha equipa se sentem em baixo, mas eu Doka Internacional vos apelo para que se mantenham firme porque sei o que se passa e o que está em causa e continuo acreditando em Jomav.
Abraços a todos, um obrigado..., mas continuemos a nossa luta sem nos desviarmos dos nossos objectivos.
Doka Internacional
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