sábado, 18 de julho de 2015

MIOPIA POLÍTICA

O Primeiro-ministro Cabo-verdiano, na qualidade de orador numa palestra em Bissau, disse: "A Guiné-Bissau devia preocupar-se mais em construir o futuro do que reconciliar-se com o seu passado". Credi, sakur! Que ensinamentos são esses? Ahn, por isso, alguns dirigentes cabo-verdianos se consideram atlânticos em vez de africanos? A declaração é no mínimo paradoxal. O que terá legitimado a visita do senhor a Guiné-Bissau, não será a "história de luta comum"? Sinceramente… Senhor Primeiro-ministro, sabemos que foi um lapsus linguae, especifique, por favor.


O senhor Primeiro-ministro "preocupa-se mais em construir o futuro" de Cabo Verde, por isso não sabe o significado da visita que está a fazer na Guiné-Bissau.  Pode até não ser desse tempo, mas o senhor não sabe que na altura da independência do seu país, no dia do hastear da bandeira como símbolo nacional de Cabo Verde livre e soberano, não havia um único soldado cabo-verdiano, filho do chão, na unidade de exército presente no evento e que todos eram oriundos da Guiné-Bissau? Há 40 anos, Cabo Verde sabe o nome do comandante que dirigiu essa operação, na altura? Conselho de amigo: aproveita esta ocasião da sua visita e vá cumprimenta-lo, porque ainda está de vida. Se não o fizer, não nos vamos reconciliar, nunca!

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