sexta-feira, 3 de julho de 2015

CARO AMIGO DOKA

Escutei atentamente o grande debate que acabaste de publicar e que o chefe do governo mandou censurar em Bissau. Muito obrigado Doka Internacional pelo excelente trabalho patriótico. Entendo, pois, que foi de certa forma esclarecedor para muita gente. O jornalista moderador do debate insistia muito na questão de saber da oportunidade ou não da queda do actual governo, como se isso significasse o desabamento total do castelo ou como se isso se traduzisse em erupção vulcânica do nosso país. Pensamento tautológico e que indicia grande deficit de cultura democrática na Guiné-Bissau. Senhores jornalistas, retirem pressão na panela antes que a tampa salte. Palavras não são balas! 

A mensagem mais persuasiva, para mim, foi a do Conselheiro do Presidente da República, António Adelino Cabral,  sobre rumores de demissão do Governo. Afinal de contas, é o próprio DSP quem está a fomentar esse rebuliço, para se fazer de vítima. De facto "boltia-boltia I ka mecinhu di kamba mar". O senhor Cabral apelou à elevação e nobreza de carácter por parte de quem se sente molestado nesta contenda política, no caso o DSP, para depois amaldiçoar algo parecido com "trafico de influência" por parte de certas figuras públicas internacionais. À propósito disso lembrou que homem que esposa dez vezes nunca serviu de exemplo para os noivos. Caso idêntico para miúdo que, sem motivo aparente, resolve fugir do pai que chega do trabalho, suplicando protecção. O Conselheiro Cabral não podia ser mais peremptório ao afirmar que não importa, e que não tem significado nenhum, as diligências tomadas pelo chefe do actual executivo. Disse mesmo que não capitalizará nada com isso, mesmo que obtenha aprovação de toda moção de confiança do mundo inteiro, incluindo de Nosso Senhor, porque - esclareceu - o importante e esclarecedor é a aprovação ou rejeição da "moção de confiança" pelo lugar ou pela entidade que, segundo DSP,  emitiu tal sinal de desconfiança. Ou seja, ter hombridade de pôr o cargo à disposição, visto ter declarado, várias vez, que o Presidente da República o considera quase como persona non grata.  

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