Eleições
e Preocupações
Um grande abraço para ti
Doka.
Quero manifestar-te toda a minha satisfação, e digo graças ao nosso Senhor
que te deu forças para atravessar esse terreno longo e lamacento ao encontro de
muitas verdades.
Sinto-me feliz por ti pelo facto de teres encontrado a
harmonia e paz internas, ao ponto de perdoar a esses deshumanos, carrascos e
criminosos do”paigc” que tanto maltrataram o nosso querido povo. Que Deus te
abençoe a ti e a tua família.
Em tempos, foi publicado
neste blog uma mensagem minha intitulado “Opinião de um simples guineense”
onde, como diz o título, fiz uma análise e exprimí a minha opinião em relação
ao caso de 12 de Abril.
E hoje gostaria de, mais
uma vez exprimir o meu ponto de vista em relação às eleições gerais na
Guiné-Bissau e a participação do “paigc”.
Antes de mais, devo
confessar que sinto muita pena e grande preocupação,pelo facto de uma grande
maioria da nossa população ainda não está suficientemente preparada para uma votação com consciencia
política.
Digo sinceramente que, um
dos aspectos que compartilho com o ex-Presidente da República Dr. Kumba Yalá –
que a sua alma descansa em paz - (numa intrevista com o Doka) é que o “PAICG”
deve ser banido do cenário político nacional, apesar da sua história.
Eu diria
mesmo que, pela verdade dos factos, o “paigc”é não só o partido libertador, mas
também,o partido traidor. Traiu a sí mesmo e ao povo da Guiné-Bissau, pois depois
da libertação nunca mais conseguiu cumprir a mínima parte do seu “Programa
Maior”, o que realmente justificaria a razão da sua continuidade e existência,
pois trata-se de um compromisso assinado com o povo guineense.
Dos cerca de 40
anos da nossa independêcia o “paigc”governou o nosso país cerca de 36 (anos). E
qual é o resultado? Excusado seria falar da situação actual do nosso país ou
mesmo antes de 12 de Abril.Contudo, o “paicg” só pode ser banido, ou pelo menos
relegado ao segundo ou ao terceiro planos (o que contribuiria para um eventual
desaparecimento posterior), se o nosso povo fosse bem esclarecido, podendo
desta forma votar livremente e com alta consciência política.
Para mim, o PAIGC não
está e nem reúne condições para governar o nosso país, pelas seguintes razões:
1.
Ser um
Partido extremamente fragilizado por falta da coesão interna. Falta de
consenso. Um partido profundamente dividido, não só por diferenças em
convicções políticas, mas também pela etnicidade e religiosidade, factos
potencialmente muito perigosos. Um partido explosivo não deve governar nenhun
país.
2.
Candidatos
com condutas bastante duvidosas:
·
Domingos
Simões Pereira - Prestes a servir Angola
e Portugal. O que muita gente não sabe, é que este senhor foi posto no cargo de
Secretário Executivo do CPLP por um tal José Eduardo dos Santos,actual presidente
de Angola. Domingos Simões é tratado com um filho de 2ª linha pelo presidente
de Portugal, e é um grande colaborador do ex-Primeiro Ministro Carlos Domingos
Gomes Junior (CaDoGo) que lhe tratava como um querido irmâozinho. Basta escutar
a declaração dele em relação ao regresso de Cadogo junior à Guiné-Bissau, logo
após a sua eleição ao cargo do Presidente do “PAIGC”.
·
José Mário
Vaz (JoMaV). Ele e o Cadogo junior foram, ao mesmo tempo, as duas testas de
ferro de Nino Vieira. Entre os quais conhece-se a história do edificio (mandado
construir durante o regime do carrasco e criminoso Luis Cabral) “Na Mtchit” em
Bissau; o caso da antiga “Casa Escada” e mais edifícios em Bissau, que custou
alguns milhões de euros, alguns negócios no Senegal, etc, etc... Actualmente este
Sr. tem um processo pendente, instaurado pelo Ministério Públicoda Guiné-Bissau, refente
à sua colaboração mafiosa com o Cadogo Junior no desvio de 12.5 milhões de
dólares norte americanas “oferecidas” ao nosso país pela República Popular de
Angola. Consta mesmo que o JoMaV e o CaDoGo utilizavam fundos provinientes do
Banco Mundial e do FMI, primeiramente no desenvolvimento dos seus negócios
privados em detremento do do páis, o que explicava a falta de cumprimmento a
tempo e horas dos programas estabelicidos e acordados com as supracitadas instituições
finsanceiras.
·
Por ser um
Partido Criminoso:
Tantas execuções sumárias sem julgamentos, execuções políticas, prisões
arbritrárias, roubos, intrigas e
espancamentos desde o início da nossa independência. Falta de respeito pelos
princípios e leis que geram um país. Má gerência.Um partido sujo e porco, cujos
militantes (pelo memos muitos deles)são capazes
de enterrar animais e bebés vivos nas suas cerimónias obscuras, caracterizadas
essencialmente por uma ignorância incomensurável, acreditando que estes actos
criminos os levariam a manterem-se no poder eternamente.
·
Por ser o primeiro
responsável, inventor e propagador de tanta corrupção eimpunidade na
Guiné-Bissau. Como consequência, cristalizou-se uma mentalidade estranha e
nociva ao nosso povo.
E finalmente o “paigc”constitui sempreo maior
obstáculo ao desenvolvimento da
democracia na Guiné-Bissau,por ser o maior oponente da justiçae
segurança dos cidadãos... enfim da liberdade.O maior paradoxo é que isto agora acontece
no seio do próprio “paigc”, pelo capricho do destino.
3- Por uma questão de moral, justica, e boa democracia, o “paigc” não
serve.Este partido tem a necessidade de se renovar profundamente. Os pioneiros
de ontem e de boa vontade, se houver, devem liberta-se dos ensinamentos e da conduta
dos seus tutores mais velhos.
Actualmente o “paigc”é constituido por três grupos bem distintos:
1-
Um punhado de
velhotes, antigos combatentes já ultrapassados pelo tempo.
2-
Um bando de
jovens “intelectuais” ávidos do poder.
3-
E uma grande
maioria constituida por ignorantes que se deixam levar
ao sabor das mais diversas tendências.
Por todos estes motivos, manifesto aquí a minha
grande preocupação em relação a estas eleições, uma vez que no nosso país tudo é
possível. Existem muitos larápios e oportunistas e mesmo partidos que apesar de
estarem conscientes que não têm nenhumas
chances de ganharem o que quer que seja, mesmo assim pretendem ser candidatos
tanto nas legislativas como nas presidenciais, com o únicoobjectivo e esperança
de amanhã poderem negociar com maiores partidos ou candidatos presidenciais
mais fortes a fim de tirarem um certo proveito pessoal num processo que envolve
tante gente.
·
Será que
estas eleições resolverão o problema do nosso país?
·
Será que o
nosso problema de fundo não é outro?
·
Será que o
nosso país não merece uma solução eficaz dos seus problemas?
Nós devemos identificar claramente os nossos
problemas (o “paigc”é certamente um deles), e só indo às raízes dos mesmos é
que poderemos afirmar que estamos empenhados, e num bom caminho na procura de
soluções duradoiras.
Acreditem ou não – superstição à parte, o paigc é
um partido amaldiçoado. Não só pelas
“pragas”dos grandes “Muros” bem como dos “Irãs” de grande renome, devido a
tanto mal que praticaram, provocando uma proliferação detantos e tantos
espíritos descontentes e sem descanso, por tantas famílias cruelmente atingidas
e marcadas para sempre.
Por isso já disse e ainda digo que, por enquanto o
“paigc”se mantiver no poder na
Guiné-Bissau, o nosso querido país manterá à deriva.
Para terminar, queria apenas salientar que é
absolutamente necessário uma profunda renovação no seio de todos os partidos do
nosso país, no sentido de favorecerem a uma importante mudança de atitude e de
mentalidade em relação à governação!
Muito Obrigado,
Ossorolo Kapalo Cá
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