A UTOPIA DE RAMOS-HORTA
Ele fez tudo na “secretaria” para que seja o PAIGC a
liderar o novo governo “inclusivista” na Guiné-Bissau. Muito embora reconheça a
dificuldade da sua concretização, delega a responsabilidade aos guineenses de
trabalhar para construir essa sua utopia, chamada “governo mais inclusivo
possível”. Não se pode braquear as lógicas que movem as diferentes correntes de
opinião na Guiné-Bissau. O moço de recados da CPLP, Domingos Simões Pereira, e a oposição, por exemplo, não partilham a mesma
opinião em relação a reforma no setor da defesa
e segurança. O atual Presidente
do PAIGC já lançou o aviso de que vai endireitar os militares. O outro tema
fraturante será a questão do julgamento do duplo assassinato de Nino Vieira e
Tagme Na Waie. A corrente de apoiantes tanto de Domingos Simões Pereira como de
José Mário Vaz não se identificam com esta iniciativa. Por isso, no nosso entender, Ramos-Horta, pode
continuar a pregar no deserto, porque para que haja mesmo “inclusão política” na
Guiné-Bissau, a oposição terá que assumir a pasta de vice-Primeiro-ministro do
futuro governo.
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