quarta-feira, 4 de setembro de 2013

“MEDIAR CONFLITO”?…
O jornal Cabo-verdiano, “A Semana” publicou uma notícia no dia 3 de Setembro, intitulada: “Pedro Pires admite mediar conflito na Guiné-Bissau”. Ora,   “Mediar conflito na Guiné-Bissau”, será um trocadilho ou cinismo característico de alguns setores políticos cabo-verdianos? Não se especificou sequer o tipo de conflito existente atualmente na nossa terra. O antigo chefe de Estado cabo-verdiano acabou de chegar de uma mediação da União Africana na Tunísia, começaram a misturar alho com bugalho. Para eles a ideia de “conflito” é compatível com ausência de disputa entre dois beligerantes. O que estaria a acontecer, recentemente, em território moçambicano, entre a Frelimo e Renamo, e em Cabinda, Angola chamar-se-ia guerra e não “conflito”. Porque “conflito” é na Guiné-Bissau, onde há necessidade de  “regresso à normalidade constitucional”.  Depois fala-se em “mediação” como se houvesse partes em disputa… Ou será que eles têm ainda dúvidas de que não está estabelecida na Guiné-Bissau, a ordem material e jurídica efetiva?

É claro que o paciente tem que transmitir com clareza a sua enfermidade ao médico para que este o possa assistir convenientemente. Com rodeios não dá, o comandante Pedro Pires devia dirigir a sua mensagem não a Guiné-Bissau, mas sim ao PAIGC. As escaramuças que escutamos são no seu seio e não fora dele. O partido que, deploravelmente, depois da independência se enveredou pelo clientelismo político. Contudo o seu Presidente em Exercício, Manuel Saturnino da Costa, tenha já descansado os seus militantes dizendo:  “(…) O congresso é sobre a vida do partido, que tem sua cabeça, tronco e membros”. Ele sabe e o comandante Pedro Pires também está ciente de que o despotismo dos dirigentes deste partido, reduziu drasticamente a sua audiência a nível nacional. Fator que o arrasta pela ribanceira abaixo. Por isso é escusado estar a lançar farpa à-toa contra a Guiné-Bissau, sabendo que quem necessita dos cuidados médicos urgentes é o partido de Cabral.
O comandante Pedro Pires não quis ou não soube responder a pergunta sobre quem oferece flores e promete paraíso a noiva e que na hora da verdade dá o dito pelo não dito? Insurge, de novo, deforma cínica, dizendo: “Não vou enganar ninguém e a minha opinião é que é fundamental uma mudança na atitude dos militares guineenses, que os princípios do Estado de Direito prevaleçam e que as Forças Armadas se limitem às suas atribuições de proteção e defesa da soberania nacional deixando os outros órgãos do Estado fazer o seu papel sem estarem condicionados por aquilo que pensam, desejam ou fazem os militares”. Não constitui surpresa, para nós, que o comandante Pedro Pires tenha esta opinião sobre os militares guineenses. É o seu próprio percurso político que o define como um embusteiro. Não adianta intrujar o pagode de qua há setores na Guiné-Bissau que seja adepto de Vossa Excelência, porque nenhum guineense comunga a sua visão egocêntrica e ocidentalista.


Cumprimentos e abraços do Doka Internacional

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