sábado, 14 de setembro de 2013

KAMALION KA BU TORKIA KURU…

 Atrás da máscara de Carlitos, há um dramaturgo perigoso, um homem cínico e invejoso, perdido num mar de vaidades... A teia da máfia começa a despontar. 

Em breve tudo virá à tona e estaremos cá para assistir. Só quem não quer ver é que não sabe que a rede tenebrosa tinha âncora justamente na cidade de Praia, em Cabo verde. O atual Cônsul Geral da Guiné-Bissau nesta cidade, Cândido Barbosa, tem sido o pivô para melhor articulação naquela que é a placa giratória e eixo das principais rotas aéreas e marítimas para os cartéis da droga. Barbosa era funcionário da Embaixada da Guiné-Bissau em Lisboa. 

Com o regresso de Nino Vieira, houve um período que ficou praticamente inativo, embora tivesse desempenhado funções semelhantes em Lisboa durante muitos anos. Pelo que era uma personalidade sobejamente conhecida pelos seus tiques de boémio e subornável. 

Afinidades familiares com  o ex-Primeiro-ministro, Cadogo Jr, e a esposa deste, estaria na origem da sua transferência para ocupar esse cargo na cidade de Praia.

Recordarão, certamente, do “regabofe restrito à meia dúzia gente fina” no dia 18 de Dezembro de 2011, no Hotel Praia-Mar. Foi descrito na altura pelo blog Aljazira (ditaduradoconsenso) como “um jantar de gala realizado no Hotel Praia-Mar para 450 convidados dos mais diversos sectores sociais praiense e com presença de mais de 300 imigrantes de todos os países radicados na capital, sempre com o patrocínio da edilidade praiense e contou com a suprema e honrosa presença de S. Excelência o Sr. Presidente da República, Dr. Jorge Carlos Fonseca e sua gentil esposa, e que contou ainda com as presenças de altas individualidades nacionais, o corpo diplomático acreditado na Praia, Deputados e Vereadores da Câmara Municipal da Praia, dirigentes das comunidade imigrantes, para além de muitos convidados e, naturalmente, com o anfitrião responsável por esta iniciativa, o edil praiense Dr. Ulisses Correia e Silva.”

É de sublinhar que a nomeação de Barbosa para este cargo, era das raríssimas movimentações diplomáticas ocorridas nesse período. A sua recente aparição pública ao lado do ex-CEMGFA, José Zamora Induta, durante o funeral de um outro barão da droga assassinado no dia 31 de Agosto passado, Emmanuel Spencer, como havia sido mostrado aqui no Doka Internacional, não foi por acaso. O dito-cujo é a “nascente”, sem escrúpulos, que financia toda a “malfeitoria” espalhada pelo mundo.

Cadigo Jr era teleguiado por mafiosos. Repare-se que a Guiné-Bissau esteja hoje a responder, por um ato de governação anárquica cometida em 21 de Agosto de 2009. Tratava-se de um petroleiro espanhol, Virgínia G, com bandeira do Panamá. A embarcação foi apreendida pelas autoridades guineenses (com ordens expressas de Carlos Gomes Júnior e Zamora) a cerca de 60 milhas da costa guineense, acusada de fornecer combustível, alegadamente sem as autorizações necessárias.  

Noticiado na altura, o documento do Governo dizia: "Não obstante a decisão judicial de suspensão do confisco e não se opondo o Ministério Público, Advogado do Estado e Fiscal da Legalidade (...) à utilização do combustível que o navio transaccionava na nossa Zona Económica Exclusiva (...) vimos pela presente ordenar que o navio seja autorizado a proceder à descarga do seu conteúdo nas vossas instalações". E claro está, cerca de 436 toneladas de gasóleo foram descarregadas no terminal petrolífero da CLC GB, participada pela Galp Energia.

Hoje, Setembro de 2013, na Alemanha, a Guiné-Bissau está presente num tribunal acusado certamente por banditismo do Estado, incorrendo, sem dúvida, entre outras infrações, em “crime de desobediência”, correndo grave risco de ter que indemnizar a referida embarcação. Consta que os nossos representantes, no tribunal, começaram a tentar esgrimir a tese das milhas, etc., mas o advogado dos queixosos disse-lhes: não, não, não! 

Nada disso… Os senhores sabem muito bem que a Virgínia G não era um barco de pesca e muito menos trazia carga suspeita. Estamos aqui a falar de um petroleiro que vendia combustível ao alto mar a preços atraentes que o vosso Governo mafioso de comerciantes e empresário não gostou e ordenou a confiscação. 

O advogado da acusação terá ido muito mais longe, descaracterizando o regime político na altura e chamando o ex-Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, de palhaço que era comerciante e governante, ao mesmo tempo. 


Abraço do Doka Internacional

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