RECORDAR É VIVER…
Não me perguntem como aconteceu, nem quem me contou isto. A verdade verdadeira é que o povo tem sempre a sua versão da história. Falamos da patranhenta missão angolana na Guiné-Bissau, a sinistra MISSANG!
É que, a dada momento, a presença militar angolana começou a mudar de cor parecia camaleão. O que inicialmente foi combinado começou a desbotar-se. O primeiro contingente de soldados praças que chegou a Bissau, dizem, era composto por pedreiros e carpinteiros e tinha a finalidade de restaurar as casernas, como rezava o memorando do acordo entre as partes (guineense e angolana).
De repente os homens ligados a construção civil dissipam-se. No terreno, passou-se a ver circular agentes das forças especiais equipados até aos dentes. E os trabalhos de restauração das casernas? Esses praticamente ficaram embargados, sem motivo aparente…
Anormal também era a entrada de material bélico pelas costas das nossas Forças Armadas. Tratava-se essencialmente de material adquirido na Africa do Sul. O material era recolhido às escondidas e tapado com lona no meio dos consumíveis nas instalações dos angolanos.
Face a esta flagrante irregularidade, o Chefe do Estado-Maior Geral da Forças Armadas, António Injai, desloca-se ao sítio a fim aferir a veracidade dos fatos. Confirmada a trapaça, o General Injai, terá instado ao comandante na altura – não recordo do nome – que contactasse ao seu CEMGFA a fim de lhe transmitir as preocupações do seu homólogo guineense.
O oficial la gaguejou ao telefone e respondeu a Injai que o seu CEMGFA, General Geraldo Sachipengo Nunda, se encontrava em digressão ao interior do país, pelo que estaria indisponível.
O oficial angolano não imaginava que Injai pudesse ter o contacto direto do chefe máximo das Forças Armadas do seu país. Imaginem lá a estranheza! Foi daí que o nosso General puxou do telemóvel e ligou de imediato ao seu homologo angolano, já de si torturado pela tamanha indignação, inquirindo-lhe sobre a finalidade do material bélico em presença naquelas instalações da MISSANG.
Então, a resposta obtida foi de que o referido material bélico tinha sido adquirido pelo governo guineense e que não foi entregue as Forças Armadas da Guiné, porque os guineenses não saberiam manejá-lo. E que a sua entrega ocorrer-se-ia após a formação dos agentes guineenses.
As duas forças combinaram então instruir os nossos soldados no manejo das armas sul-africanas num espaço temporal de trinta dias apenas. O que entretanto ocorreu na zona de Prabis, do lado esquerdo para quem vai em direção a praia de Suru. Recordo ainda que a conclusão da referida formação teve uma receção ampla e que a sua conclusão chegou a ser celebrada apoteoticamente pelas partes, mas em nenhum momento que fosse, o contingente angolano estacionada na Guiné-Bissau, teve a decência de entregar o material bélico sul-africano às Forças Armadas guineenses até que se decretou o impeachment no dia 12 de Abril de 2012.
Doka Internacional
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.