segunda-feira, 25 de novembro de 2013

RECORDAR ADIATÚ NANDIGNA É VIVER…
Isto aconteceu no fatídico mês de Março de 2012. Corriam as eleições presidenciais, para se colmatar o despojado político deixado, em virtude do falecimento do Presidente Malam Bacai Sanhá, em Janeiro desse mesmo ano. 
A primeira volta do escrutínio ocorrera no dia 18 de Março. Na contagem da Comissão Nacional das Eleições, o ex-Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior seria o vencedor do primeiro round. Preparava-se, então, para a desforra. Os constitucionalistas e a classe política nacional, em geral, haviam argumentado, com clareza, considerando a pirueta de Carlos Gomes júnior ilegal e abusiva. 
Alertaram mesmo pela tragédia que isso acarretaria para o país. Mas, ele (o dito-cujo), ofuscado pelo poder, argumentava, dizendo que, em direito, é a força de argumentação que conta e que cada cabeça sua sentença! We, para que serve, então, o código da estrada? Para andar em contramão? Recordamos que o contingente militar da Missang estava no país e fortemente armado. 
Como dizia, terminado o escrutínio, os três candidatos, Kumba Yala, o falecido presidente Henrique Rosa e Manuel Serifo Nhamadjo, não esperaram pelos resultados do pleito e contestaram, em uníssono, o vício eleitoral e alertaram pelas consequências que poderiam advir de tais ilegalidades. Nesses dias, o mundo que não chegou gemer-se com o duplo assassinato de Nino Vieira e Tagme Na Waie, agora olhava, impávido e sereno, para o palco político nacional! É que quando os seus interesses não estão em causa: “somos um país soberano…” O deselegante Embaixador angolano - que o Presidente José Eduardo dos Santos logo mandou chamar - foi a personalidade mais destemida. 
Encheu-se de coragem e dirigiu-se ao EMGFA, acusando, diretamente, António Injai de preparar golpe de Estado. Irmão de verdade não calunia o irmão! Corria um tempo sereno no país, mas nas rádios e na televisão, escutavam-se ameaças da ex-Ministra da Presidência do Conselho de Ministros em substituição ao ex-Primeiro-ministro, Adiatu Nandigna, dirigidas às Forças Armadas nacionais – que em tempos lhes apelidou de macacos - em crioulo, dizia: “(…) algumas pessoas provaram o mel do poder e querem voltar, mas isso nunca irá acontecer. Não são só vocês que têm fardas. Se usam as botas também usamos. Se têm bazucas, também temos. Se têm canhões, também temos! Se têm tanques, também temos! Experimentem só, vão ver. Desta vez ninguém fica para contar história, etc., etc....”
Terá sido, então, a última gota para o contragolpe…

Abraço do Doka Internacional

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