UMARO
DJAU... PADJIGA KUSSA APARTIR DE E.U.A.
LEIAM
Desmitificar Declarações
Duvidosas
Naturalmente e profusamente acompanho
declarações de muitas figuras políticas guineenses.
O que me deixa sempre bastante chocado é o
grau de leviandade com que muitos proferem acusações graves contra os seus
opositores e contra a própria nação na imprensa nacional e internacional.
Não sei até que ponto os políticos
guineenses são capazes de resolver as suas disputas, sem que elas passassem
pela incriminação desnecessária, deselegante e repudiante de toda a nação
guineense e o seu povo.
Por exemplo, como podia alguém aludir à
ressurgência do tráfico de droga no país em base das observações da Sociedade
Civil guineense? Será a Sociedade Civil (mesmo em forma ad hoc)
capacitada em conduzir investigações na matéria do tráfico de droga?
Com isto, não estou a disputar a
possibilidade ou não da ressurgência do tráfico de droga na Guiné-Bissau.
Disputo, todavia, a atribuição desta "responsabilidade" às
organizações da sociedade civil. A sociedade civil tem os seus atributos, muitos
deles extremamente importantes para a vida do país, mas por uma questão de
seriedade, no domínio de tráfico de droga, há certamente outras agências
nacionais e internacionais (nomeadamente PJ, Interpol, UNODC) capacitadas e
especializadas nesta matéria. Ou se calhar, estamos perante uma atribuição
errada e propositada destas alegações e/ou revelações à sociedade civil, como
uma fonte de informação.
Como podem reparar, é fácil prestar
declarações que não se baseiam nem em factos e muito menos em estudos
conduzidos com autoridade e perícia. E num país onde absolutamente nada é
escrutinado pela imprensa local e pela classe intelectual, declarações desmedidas
é a nova norma.
Aqui nos EUA, declarações
"desmedidas" e desprovidas de verdade são diariamente desafiadas nos
meios de comunicação. E quem acompanha o actual relacionamento entre a nova
administração norte-americana e a imprensa pode perceber que declarações
políticas nem sempre devem ser tidas como um facto verdadeiro, consumado e
indisputável.
E no caso da Guiné-Bissau, se fôssemos um
pouco analíticos em relação a várias declarações acusatórias por parte dos
políticos, chegaríamos à conclusão de que muitas delas são facilmente
descortinadas e as suas veracidades eventualmente desmistificadas.
Todavia, todos nós (Jornalistas, Analistas,
Comentadores, e a própria Sociedade Civil) temos que ter a coragem de desafiar
tudo quanto é duvidoso e enganoso, em matéria de informação.
Aí está: temos que estar preparados
intelectual, técnica e materialmente para o tal.
Abraços,
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