“KUTO BIDA LAGARTU ”...
Na perceção da atual direção do Partido da Renovação Social sobre a ideia de “ inclusão política nacional”, cabe tudo, exceto o princípio basilar do “sistema de governo parlamentar” em que o “executivo responde politicamente perante o parlamento”. Será que há já aqui uma caminhada rumo ao “ presidencialismo”? A sua inflexão política ter-lhe-á empurrado para os terrenos do despotismo político “ paigcistas”. A postura política assumida nos ultimos tempos pela direção liderada por Alberto Nambeia, parece a de um grupo de homicidas entregando-se à polícia. Gente com vergonha de se olhar ao espelho? Como pode o PRS, com a morte do lider espiritual consentir que, num estalar de dedos, se esvaneça o seu grande elã político? Será tão difícil assim continuar a obra “daquele que deu tudo e não pediu a paga”, Kumba Yala, o patriarca da democracia guineense?
Ora, pode confirmar-se pelos próprios militantes do PRS presentes na reunião do Conselho Nacional do fim-de- semana passada, 25 e 26 de Outubro, que não foi favorável a atual direção. O que nos lava deduzir-se que tudo o que se ventilou na comunicação social a esse propósito não passa de um engodo político para não “ espantar a caça”. As vozes discordantes, essas, foram abafadas. Resolveu-se atirar para o ar mensagens requintadas com intuito de serenar os animos, tendo em vista a XIII Reunião Extraordinária do Conselho de Ministros da CPLP e prometida “mesa redonda” de doadores, ao dizer-se que “o órgão máximo desta formação política aprovou, a 26 de Outubro, uma resolução que apoia a continuidade dos seus membros no actual Governo, e aprovou igualmente uma moção de confiança na direcção superior do partido, liderado por Alberto Nambeia”.
É tudo um embuste político! Pois, pelo o que sabe, a decisão de integração dos membros do PRS no governo do PAIGC não foi submetida nunca a deliberação de nenhum órgão, ou simplesmente objeto de consulta interna, daquele partido. Em que bases, então, pode o Conselho Nacional do PRS aprovar a continuidade dos seus membros no governo de Domingos Simões Pereira?
Outro especto, não menos relevante, prende-se com o fato do Primeiro-ministro e o Presidente da República andarem de candeia às avessas. Não são bisbilhotices políticas, é verdade! Agora, ninguém se lebrou falar nisso, mas depois serão eles os primeiros a chegar aos microfones para apontar o dedo acusador as nossas forças da defesa e segurança. O assunto está na boca do povo e tem a ver com brigas antigas, envolvendo as famílias. Estamos já habituados aos afetos desencontrados, entre titulares de altos cargos do Estado que acabam por sobrar para o povo. É mentira que Domingos Simões Pereira não é um “outsider” no seio do seu próprio partido? Pergunta-se: qual o papel de Alberto Nambeia no meio desta manta de retalhos que está a ser montado pelo PAIGC?
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