Cassama Djabi!
Por: yanick noah
Aguarda-se com muita expectativa o encontro entre Presidente-eleito, General Umaro Sissoco Embalo e o Presidente da Assembleia Nacional Popular, o Engª. Cipriano Cassama Djabi, um produto da Escola do PAIGC de Cabral e grande vítima do “maquiavelismo” do partido libertador, quando tudo indicava que ele seria o candidato ideal para concorrer às presidenciais de 24 de Novembro de 2019, devido ao serviço prestado ao partido durante toda a legislatura, caracterizado pelos bloqueios da plenária, acabou por ser nojentamente traído.
O Cipriano Cassama, além de diplomado em Agronomia, está a estudar Direito e presumo ter aprendido algo, e estou convencido de que nesse encontro irá assumir as suas responsabilidades, para que a posse se realize da data que acordará com o Presidente eleito.
A Guiné-Bissau atravessa um período bem conturbado, porque foram realizadas eleições que foram consideradas por todos como sendo lives, justas e transparentes, mas o candidato derrotado que até foi o primeiro a felicitar o vencedor, por telefone, em menos de 24 horas do fecho das urnas, resolveu dar o dito por não dito, tendo extemporaneamente entrado no STJ com um recurso contestando os resultados eleitorais.
Só tem dúvida sobre a derrota do candidato do PAIGC aquele que não esteve no terreno e não assistiu as contagens depois do fecho das urnas. A vitória do General Umaro Sissoco Embalo é tão expressiva que, não fossem as forças do eixo do Mal que estão a influenciar negativamente o candidato derrotado, não se verificaria esse teatro todo a volta de contestações que não passam de manobras para acalmar os militantes do PAIGC que dificilmente vão digerir a derrota. Isto, porque o próprio Domingos Simões Pereira tem a plena consciência da sua derrota, porque dispõe dos mesmos dados que os demais actores neste processo.
Por isso, estando perante duas realidades, uma a publicação dos resultados finais das eleições pelo órgão competente, e a actuação injustificada do Supremo órgão judicial, o STJ, que veio complicar o que é de fácil entendimento, o Cipriano Cassama vai impugnar pela defesa dos superiores interesses do povo, que já fez a sua escolha de forma livre e transparente.
Isto, porque o Supremo Tribunal de Justiça só tinha um caminho, o de indeferir o requerimento de impugnação interposto pelo líder do PAIGC, porque desde as assembleias de base até a sede da CNE não houve nenhuma reclamação ou protesto e todas as actas regionais foram devidamente assinadas pelos representantes dos dois candidatos a segunda volta e testemunhas pelos representantes do Ministério Público, na presença, em alguns casos, dos observadores internacionais.
O que se deve compreender aqui é o sentido do voto dos eleitores. Os eleitores não votaram no General Sissoco Embalo, mas sim no candidato que defrontou o PAIGC, partido que durante os 46 anos de poder não conseguiu realizar o sonho dos Pais Fundadores, o que provocou um certo desgaste.
Os eleitores votaram na mudança, na esperança de que a eleição de um outsider vai ao encontro das suas aspirações. Por isso, o Cipriano Cassama deverá entender-se com o Presidente-eleito sobre a marcação da data da posse, uma vez que já tem em mãos os resultados finais e a competente Acta de Apuramento Nacional.
Escolher outra via seria complicar a situação, e ser acusado de colaborar com as forças de bloqueio, com consequências imprevisíveis.
Portanto, assuma as suas responsabilidades, Cassama Djabi!
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