terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

DIONÍSIO CABI REVELA QUE SUPREMO TRIBUNAL IMPEDIU A AUDITORIA DO COFRE GERAL DOS TRIBUNAIS

O presidente do Tribunal de Contas, Dionísio Cabi, revelou que o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) está a obstruir os trabalhos dos seus técnicos (auditores) de realização de auditoria financeira ao cofre geral dos tribunais. Cabi fez estas revelações esta segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020, durante a cerimónia de abertura do seminário de capacitação dos auditóres everificadores nos domínios da auditoria financeira e demonstração numérica, que decorreu numa das unidades hoteleiras da capital Bissau.

Dionísio Cabi assegurou que a fiscalização permanente e ininterrupta das entidades públicas deve ser assumida como questão prioritária pelo Estado da Guiné-Bissau, tendo lembrado que a Guiné-Bissau situa-se no oitavo lugar da lista dos países mais corruptos na escala mundial.

“A preocupação é mais profunda ainda, sobretudo quando os órgãos chamados à combater a corrupção entram na tentativa de bloquear a atividade fiscalizadora, como o caso do Supremo Tribunal de Justiça que obstruiu a realização de auditoriasfinanceiras no cofre geral dos tribunais”, lamentou o presidente do Tribunal de Contas.  

Explicou que a missão de fiscalização de atos de fraudes na administração pública poderá ser efetivase o Tribunal de Contas for independente das entidades que controla e protegidas de todas as influências externas.

Presente no ato, o representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Tjark Egenhoff, disse na sua intervenção que o seminário não é um curso isolado, mas tem uma duração que permite atingir níveis de transparência e de reforços das competências técnicas e funcionais das instituições de controlo do Estado incluindo aAssembleia Nacional Popular, como também asociedade civil no âmbito da primeira fase doprojeto de formação de 24 técnicos de tribunal de contas, financiado pela União Europeia.  

“Se o país conseguir arrecadar dinheiro de maneira justa, executar planos de gastos confiáveis e levar em conta os fundos dos contribuintes, será capaz de permitir a mudança económica, social e política que os cidadãos esperam e cada vez mais exigem”, sublinhou. 

O representante do PNUD disse esperar que os formandos sairão mais capacitados para poderem analisar as contas como também realizar auditorias, melhoria da qualidade de relatórios de auditoria e melhor controlo das entidades sujeitas à sua fiscalização.

//O Democrata

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