EXCERTO DO
TEXTO DE AUGUSTO GOMES A PROPÓSITO DA ACTUAL CRISE POLÍTICA
Fonte: Blog Bambaram di padida
Augusto Gomes leu e analisou as duas comunicações – a do ex-PM
e do PR - ao país, tendo tirado as seguintes ilações:
“No essencial há apenas
uma conclusão a tirar: perda de confiança mútua.
De todas as soluções
possíveis creio que o PR optou pela melhor delas. Qualquer outra não seria mais
do que o prolongamento da crise no tempo. O país não pode estar bem quando o
seu PR e o PM andam de costas voltadas.
Por exemplo, o PR foi
desrespeitado publicamente por um ministro. O que aconteceu ao ministro? Nada.
Em qualquer país civilizado – a minha amada Guiné-Bissau ainda o é - o
funcionário público que ousa criticar ou ofender um PR é punido por essa
conduta. Um ministro é um funcionário público e não é um qualquer. Logo, tem
maiores responsabilidades.
O DSP pode
muito bem dizer que se socorre também dos estatutos do partido para manter o
braço de ferro, mantendo o seu nome como candidato ao cargo de 1.º ministro. A
isso chama-se confrontação. Consequência: vai prolongar uma crise cujo impacto
real ninguém pode prever. Certo, porém, é que terá sempre custos elevadíssimos
para o país.
Alternativamente, faço
um apelo em 1º lugar ao DSP para que saia de cena, ainda que possa caso assim
entenda, manter o seu cargo de presidente do partido, mas delegando a
responsabilidade de chefia da governação a um outro colega do partido ou até a
um independente a designar por consenso.
Em 2º lugar, gostaria
de estender o meu apelo ao PAIGC, como partido responsável que é, partido
libertador e maior partido do país, para que tenha a capacidade de, caso
prevaleça o impasse, convocar extraordinariamente o seu Comité Central, órgão
competente para impor uma solução viável, como seja, por exemplo, a de propor
um outro nome que não do DSP para a chefia do novo governo. Respeito a
estratégia do partido, o qual, pela experiência dos seus dirigentes, saberá
sempre o melhor momento e qual a melhor forma de intervenção a adotar.
Compreendo as
manifestações que têm ocorrido no país e até fora dele, todas elas bem-intencionadas,
acredito, mas sem grande efeito prático. Creio que seria muito mais eficaz se
essas manifestações fossem mais racionais e menos emocionais. Com efeito, faria
mais sentido se as manifestações fossem, por exemplo, no sentido de oferecer
solidariedade ao Eng. Domingos Simões Pereira mas, ao mesmo tempo,
sugerindo-lhe que abdicasse para facilitar a solução do actual problema. Mais
ainda, podia-se juntar um pedido de maior responsabilidade ao Presidente da
Republica na condução dos destinos do país.”
NÔ PINTCHA!
NÔ PINTCHA!
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