quinta-feira, 20 de agosto de 2015

EXCERTO DO TEXTO DE AUGUSTO GOMES A PROPÓSITO DA ACTUAL CRISE POLÍTICA


Augusto Gomes leu e analisou as duas comunicações – a do ex-PM e do PR - ao país, tendo tirado as seguintes ilações:

No essencial há apenas uma conclusão a tirar: perda de confiança mútua.

De todas as soluções possíveis creio que o PR optou pela melhor delas. Qualquer outra não seria mais do que o prolongamento da crise no tempo. O país não pode estar bem quando o seu PR e o PM andam de costas voltadas.

Por exemplo, o PR foi desrespeitado publicamente por um ministro. O que aconteceu ao ministro? Nada. Em qualquer país civilizado – a minha amada Guiné-Bissau ainda o é - o funcionário público que ousa criticar ou ofender um PR é punido por essa conduta. Um ministro é um funcionário público e não é um qualquer. Logo, tem maiores responsabilidades.

O DSP pode muito bem dizer que se socorre também dos estatutos do partido para manter o braço de ferro, mantendo o seu nome como candidato ao cargo de 1.º ministro. A isso chama-se confrontação. Consequência: vai prolongar uma crise cujo impacto real ninguém pode prever. Certo, porém, é que terá sempre custos elevadíssimos para o país.

Alternativamente, faço um apelo em 1º lugar ao DSP para que saia de cena, ainda que possa caso assim entenda, manter o seu cargo de presidente do partido, mas delegando a responsabilidade de chefia da governação a um outro colega do partido ou até a um independente a designar por consenso.

Em 2º lugar, gostaria de estender o meu apelo ao PAIGC, como partido responsável que é, partido libertador e maior partido do país, para que tenha a capacidade de, caso prevaleça o impasse, convocar extraordinariamente o seu Comité Central, órgão competente para impor uma solução viável, como seja, por exemplo, a de propor um outro nome que não do DSP para a chefia do novo governo. Respeito a estratégia do partido, o qual, pela experiência dos seus dirigentes, saberá sempre o melhor momento e qual a melhor forma de intervenção a adotar.


Compreendo as manifestações que têm ocorrido no país e até fora dele, todas elas bem-intencionadas, acredito, mas sem grande efeito prático. Creio que seria muito mais eficaz se essas manifestações fossem mais racionais e menos emocionais. Com efeito, faria mais sentido se as manifestações fossem, por exemplo, no sentido de oferecer solidariedade ao Eng. Domingos Simões Pereira mas, ao mesmo tempo, sugerindo-lhe que abdicasse para facilitar a solução do actual problema. Mais ainda, podia-se juntar um pedido de maior responsabilidade ao Presidente da Republica na condução dos destinos do país.”

NÔ PINTCHA!

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