quarta-feira, 5 de novembro de 2014

“REFORÇO DO SISTEMA POLÍTICO”?
Não se pode ser hipócrita a ponto de não considerar surpreendentes e assertivas as últimas declarações do nosso Presidente da República, José Mário Vaz. “Lubu negal tee, ma ka bu dal padja di bobora”
Chamou atenção a dois aspectos importantes: 
1) disse que a Guiné-Bissau não está preparada para iniciar a exploração dos recursos naturais, lembrando o sabor amargo na boca da história recente do abate abusivo da nossa floresta
2) instou - na abertura da primeira sessão ordinária da Assembleia da República - os deputados a empenharem-se na fiscalização da acção governativa do país com o rigor que a lei lhes confere, como forma de moralizar o Estado.
Ora, em contra-mão, surge o actual Presidente da Assembleia Nacional Popular, o senhor Engenheiro Cipriano Cassamá, a anunciar a necessidade de uma nova revisão constitucional. E não ficou só por ali na ideia, praticamente, consensual no seio dos guineenses, sobretudo a médio prazo, resolveu “meter a sua colher” (condicionar), dizendo: «Como se sabe, quer entre os cidadãos, e em particular entre muitos estudiosos da matéria, tem sido apontada a nossa lei fundamental como incongruente ou omissa, que pouco ou nada tem contribuído para qualquer reforço do sistema político guineense».
Eu, já não sei o que significa “reforço do sistema político” na Guiné-Bissau, mas, de certo, os peritos na matéria o saberão explicar! 
Já agora, será que o senhor Presidente, está do lado dos que advogam a ideia da institucionalização de “pena de morte” para os militares que participam em golpe de Estado ou estará do lado daqueles que defendem a necessidade de introdução na Lei das directivas da CEDEAO e da UA no que respeita aos protocolos e as cartas sobre a “boa governação” no sentido de agir para impedir os líderes africanos de governar de uma maneira que não pressagia nada de bom para a governação, paz e segurança dos seus povos e nações? 

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