JOMAV NÃO PODE FALHAR!
Apesar da sua reconhecida importância para a economia
nacional e para a salvaguarda da estabilidade social, para além de tudo quanto
representa em termos de potencialidade humana (Quadros Médios e Superiores, uma
Mão-de Obra altamente qualificada, uma Juventude dinâmica e empreendedora,
etc.), a diáspora guineense nunca constituiu uma prioridade nas agendas
governativas do nosso País.
Foram necessários quinze anos para que a nossa Comunidade
residente no estrangeiro fosse de novo chamada a pronunciar-se sobre a questão
da liderança do País e fê-lo com muito entusiasmo, na esperança de se ver
devidamente representada nos principais Órgãos de Soberania (Assembleia
Nacional, Governo e Presidência da República) e assegurar a defesa
intransigente dos Direitos Cívicos que lhe assistem, consagrados na nossa Carta
Magna e não somente “para caboverdeano
ver”, como infelizmente tem estado a acontecer. Senão vejamos:
Quase um ano depois de ter sido eleito, o deputado do P.A.I.G.C.
para o Círculo da Europa continua a ser um desconhecido que nunca se apresentou
ao público (nem antes e nem depois das eleições) e duvida-se que esteja munido
de algum projeto para dar resposta aos problemas que afligem a nossa vasta
comunidade espalhada por esta complexa Europa dos 27. Segundo consta, o
referido deputado que era Presidente da representação do seu Partido em
Portugal está atualmente muito empenhado em leiloar esse lugar a margem dos
dispostos nos Estatutos do seu Partido que neste caso parecem não significar
absolutamente nada para ele e para a sua determinação de colocar os seus
interesses pessoais acima de tudo.
É extremamente difícil encontrar uma explicação racional para
as razões que levaram à recondução do atual Secretário de Estado das Comunidades
numa função que já tinha exercido anteriormente em virtude de ter apoiado o
Golpe de Estado de 12 de Abril de 2012 e em que se recomendou como sendo
altamente corrupto e perigosamente incompetente e traiçoeiro, que na hora de
salvar a face não hesitou em “passar a perna” ao seu primo, amigo íntimo e
cúmplice protegido da nossa Embaixada em Portugal, acusando-o publicamente de
indevida apropriação das receitas desta Instituição, assim como de outros atos
de corrupção e favorecimentos, que num País normal, seria objeto de uma
minuciosa investigação com as devidas consequências.
Profundamente contestada pela nossa Comunidade, a Embaixada
da Guiné-Bissau em Portugal é para esquecer. Uma Instituição que por ideia
devia constituir a mais importante Missão Diplomática do nosso País no
estrangeiro, foi transformado num verdadeiro labirinto de corrupção e intriga
política, denegrindo e desacreditando gravemente a imagem do nosso País e das
suas Instituições aos olhos do nosso povo. Em suma, a forma como a nossa
Embaixada em Portugal funciona constitui um bom exemplo de como é que não se
deve estar na diplomacia.
Nesta complexa malha de incapacidades, falhanços,
indefinições e irresponsabilidades, resta ao Presidente da República salvar a
situação e arrumar casa no que se refere a inclusão da nossa Diáspora no leque
das preocupações do nosso Estado, nomeando um assessor seu para a emigração.
Convém salientar que neste caso realmente muito pertinente para colmatar as
deficiências das demais Instituições supra citadas, o referido assessor deve
ser uma figura consensual e transversal à complexa teia social,
étnico-religiosa, política, etc., que constitui a nossa diáspora espalhada
pelos quatro cantos do Mundo; uma figura irrepreensível do ponto de vista
político (que nunca tenha apoiado qualquer Golpe de Estado e demais formas de
violação da Ordem Constitucional no nosso País) e que partilhe a visão
estratégica do Presidente da República em matéria de emigração; um Quadro
superior respeitador e muito respeitado, com comprovada competência,
reconhecida experiência política e associativa, credibilidade e autoridade
moral para representar a diáspora junto do Presidente da República e com
manifesta predisposição para o diálogo e indiscutível capacidade para acatar e
veicular as nossas preocupações à quem de direito, ou seja, capaz de fazer a
diferença pela positiva; uma personalidade residente na Europa e portadora da
dupla nacionalidade (para facilitar a sua movimentação pelo mundo fora); um
assessor do Presidente da República que protege e orgulha a nossa Comunidade
residente no estrangeiro.
Nomeando um assessor com estes argumentos, o Presidente da
República estará impreterivelmente a lançar as bases de uma Política Nacional
para a Emigração.
Bem-haja a Guiné-Bissau!
Viva a Cidadania Ativa!
JOSCAR
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