quinta-feira, 27 de novembro de 2014

JOMAV NÃO PODE FALHAR!

Apesar da sua reconhecida importância para a economia nacional e para a salvaguarda da estabilidade social, para além de tudo quanto representa em termos de potencialidade humana (Quadros Médios e Superiores, uma Mão-de Obra altamente qualificada, uma Juventude dinâmica e empreendedora, etc.), a diáspora guineense nunca constituiu uma prioridade nas agendas governativas do nosso País.

Foram necessários quinze anos para que a nossa Comunidade residente no estrangeiro fosse de novo chamada a pronunciar-se sobre a questão da liderança do País e fê-lo com muito entusiasmo, na esperança de se ver devidamente representada nos principais Órgãos de Soberania (Assembleia Nacional, Governo e Presidência da República) e assegurar a defesa intransigente dos Direitos Cívicos que lhe assistem, consagrados na nossa Carta Magna e não somente “para caboverdeano ver”, como infelizmente tem estado a acontecer. Senão vejamos:

Quase um ano depois de ter sido eleito, o deputado do P.A.I.G.C. para o Círculo da Europa continua a ser um desconhecido que nunca se apresentou ao público (nem antes e nem depois das eleições) e duvida-se que esteja munido de algum projeto para dar resposta aos problemas que afligem a nossa vasta comunidade espalhada por esta complexa Europa dos 27. Segundo consta, o referido deputado que era Presidente da representação do seu Partido em Portugal está atualmente muito empenhado em leiloar esse lugar a margem dos dispostos nos Estatutos do seu Partido que neste caso parecem não significar absolutamente nada para ele e para a sua determinação de colocar os seus interesses pessoais acima de tudo.

É extremamente difícil encontrar uma explicação racional para as razões que levaram à recondução do atual Secretário de Estado das Comunidades numa função que já tinha exercido anteriormente em virtude de ter apoiado o Golpe de Estado de 12 de Abril de 2012 e em que se recomendou como sendo altamente corrupto e perigosamente incompetente e traiçoeiro, que na hora de salvar a face não hesitou em “passar a perna” ao seu primo, amigo íntimo e cúmplice protegido da nossa Embaixada em Portugal, acusando-o publicamente de indevida apropriação das receitas desta Instituição, assim como de outros atos de corrupção e favorecimentos, que num País normal, seria objeto de uma minuciosa investigação com as devidas consequências.

Profundamente contestada pela nossa Comunidade, a Embaixada da Guiné-Bissau em Portugal é para esquecer. Uma Instituição que por ideia devia constituir a mais importante Missão Diplomática do nosso País no estrangeiro, foi transformado num verdadeiro labirinto de corrupção e intriga política, denegrindo e desacreditando gravemente a imagem do nosso País e das suas Instituições aos olhos do nosso povo. Em suma, a forma como a nossa Embaixada em Portugal funciona constitui um bom exemplo de como é que não se deve estar na diplomacia.

Nesta complexa malha de incapacidades, falhanços, indefinições e irresponsabilidades, resta ao Presidente da República salvar a situação e arrumar casa no que se refere a inclusão da nossa Diáspora no leque das preocupações do nosso Estado, nomeando um assessor seu para a emigração.

Convém salientar que neste caso realmente muito pertinente para colmatar as deficiências das demais Instituições supra citadas, o referido assessor deve ser uma figura consensual e transversal à complexa teia social, étnico-religiosa, política, etc., que constitui a nossa diáspora espalhada pelos quatro cantos do Mundo; uma figura irrepreensível do ponto de vista político (que nunca tenha apoiado qualquer Golpe de Estado e demais formas de violação da Ordem Constitucional no nosso País) e que partilhe a visão estratégica do Presidente da República em matéria de emigração; um Quadro superior respeitador e muito respeitado, com comprovada competência, reconhecida experiência política e associativa, credibilidade e autoridade moral para representar a diáspora junto do Presidente da República e com manifesta predisposição para o diálogo e indiscutível capacidade para acatar e veicular as nossas preocupações à quem de direito, ou seja, capaz de fazer a diferença pela positiva; uma personalidade residente na Europa e portadora da dupla nacionalidade (para facilitar a sua movimentação pelo mundo fora); um assessor do Presidente da República que protege e orgulha a nossa Comunidade residente no estrangeiro.

Nomeando um assessor com estes argumentos, o Presidente da República estará impreterivelmente a lançar as bases de uma Política Nacional para a Emigração.
Bem-haja a Guiné-Bissau!
Viva a Cidadania Ativa!

JOSCAR


   

   

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