Catapultado pelo seu mentor Cadogo Filho para a alta esfera do poder, Matchú, vulgo DSP, veio de mansinho, travestido em Messias, com pezinhos de lã e com sorriso de anjo, que distribui aos milhares.
Descartou entretanto o mentor, à semelhança do tirano Blaise Campoaré e, sem vergonha na cara, autoproclamou-se de seguida como um novo Messias, mandando até colocar na entrada da sede do PAIGC, mas visível para qualquer transeunte menos atento, um gigantesco outdoor, ao estilo de Mobutu Sese Seko e outros ditadores africanos de triste memória, onde se podia ler, em letras garrafais: "Domingos, Salvador do Povo".
De disparate em disparate, sobretudo na comunicação social, por sinal, seu espaço predilecto de intervenção, até anunciou já uma nova Guiné-Bissau, procurando assim acalentar enganosamente as expectativas frustradas que marcam os 40 anos de uma independência desastrosa que persiste, mesmo com o advento do fenómeno MATCHÚ, vulgo DSP, em não acertar o passo com o realismo e a seriedade que se impõem.
E é MATCHÚ, vulgo DSP, com efeito, que vem falando em reformas que não se vêm ao fundo do túnel; em crescimento económico de dois dígitos que, muito provavelmente, nem ele próprio sabe como lá chegar; em biodiversidade que, quase certo, foi-lhe vendido, em jeito de chacota e na ausência de ideias próprias, por uns vendilhões pátrios transvestidos em intelectuais e ainda, entre outras bacoradas, o facto de ter guindado o desenvolvimento urbano como um dos pilares do Programa do Governo, como se a ordem das prioridades de sectores com que a Guiné-Bissau, desde a independência a esta parte, pudesse ser magicamente subvertida por uma qualquer mesquinha visão.
Está assim visto um MATCHÚ, vulgo DSP, que tão depressa se desdobrou em campanhas publicitárias de auto-promoção e de promessas fantasmagóricas, é também o mesmo que tão depressa se enveredou por esquemas mentais de autoritarismo e de megalomania que, voluntária ou involuntariamente, põem a nu a sua inexperiência politica, o seu timbre ditatorial e a sua incompetência técnica e o desnorte em que acabou por enredar o actual Governo, dito de inclusão.
MATCHÚ, vulgo DSP, transfigurado agora em novo Messias, conseguiu, pelo menos por agora, reduzir praticamente a zero as eventuais acções de uma vulnerável oposição que, ao invés de estar num Governo à deriva e onde apenas pia o MATCHÚ, vulgo DSP e a sua clique indefetível (Botche Candé, Geraldo Martins, Doménico Sanca, JBV, Florentino Mendes Pereira, Zé António e companhia limitada) devia, como era e é expectável, que estivesse construtivamente a cumprir com o seu papel de oposição responsável.
Na realidade, esperava-se de uma oposição supostamente democrática uma postura diferente e mais séria do que àquela que presentemente a amarrou até as entranhas à situação e não à oposição, onde é visível a sua aceitação deliberada, tácita e explicitamente, de umas prebendas em ralação as quais o MATCHÚ, vulgo DSP e a sua clique fazem vista grossa (salários chorudos, proventos duvidosos, mordomias outras, viagens e afins), pagando assim a oposição um preço altíssimo pela sua inclusão num elenco governamental onde, como tudo indica, nem são tidos e nem achados, para além ainda de se submeterem a humilhações, vexames e ameaças veladas – entre as quais, a de uma pré-anunciada remodelação que os porá, naturalmente, fora do Governo.
Tudo isso, curiosa e pretensamente, em nome de uma suposta coesão e união imprescindíveis, mas que na prática se resume a uma mera situação de instrumentalização da oposição, dita democrática, para fins de retardamento da contestação interna, por sinal, situação que nem o MATCHÚ, vulgo DSP e nem o seu núcleo duro do Governo preferem enfrentar, tal a autoconsciência da sua fragilidade, da sua imaturidade política, para ainda não se referir a infantilidade subjacente as vãs promessas que vão apregoando irresponsavelmente aqui e acolá, sobressaindo assim, dentre as demais, as meras declarações de intenção e a desmesurada "banha de cobra" da biodiversidade, com que vão entretendo e apimentando as crescentes expectativas de uma desavisada opinião pública.
"Mangasson” não pretende senão ser, na ausência de uma oposição séria, continuada e persistente ao MATCHÚ, vulgo DSP e a sua clique indefectível, um espaço de reposição do livre exercício do princípio do contraditório, por sinal, incompreensível e completamente abafado num momento em que a deplorável situação do país não pode mais compadecer com ensaios laboratoriais e fantasmagóricos de falsos Messias que só ontem chegaram a política e que, por tanto, tendem com a insipiência a petrificar o mito da triste sina dos guineenses e da falta de sorte destes para com os seus dirigentes políticos e o futuro do país.
Assim, encerrado que está o período de graça do actual Governo, em que o país esteve em suspense e a creditar ao Governo um certo beneficio de dúvida, apesar da torrente enorme de disparates que o MATCHÚ, vulgo DSP vêm debitando na comunicação social, não dando senão a ideia de uma atroz falta de visão e de inconsistência e desnorte, pelo que, em crescendo, largos sectores da sociedade guineense tiraram-lhe já "a tinta toda" e sentem, em consequência, que é chegada a hora de chamar os energúmenos à razão e, por esta via, pôr os pontos nos i's.
Não pretendendo o “Mangasson” colmatar integralmente o papel que a oposição caberia nas actuais circunstâncias – aliás, nem é fazível formalmente e nem é possível de o materializar, pois o Botche Candé e o Doménico Sanca encontram-se activamente empenhados na repressão e na reorganização dos serviços da segurança –, pelo que aqui fica a promessa de ir-se fazendo algo, tanto quanto possível, pelo menos para a Guiné-Bissau não seja alvo fácil de monstros-ditadores em potência, forçando assim o MATCHÚ, vulgo DSP e a sua clique indeferível a acordarem do sonho fantasista em que se embalaram e, na mesma linha, desmontar-lhes os embustes e os desnortes, desmascarar-lhes os desmandos, que os há já, infelizmente, em inusitada abundância!
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