quinta-feira, 16 de julho de 2020

Brincamos com tudo. Brincamos, inclusive, com coisas sérias que, num apice, podem dar cabo de nós mesmos. E pior que tudo, é que estamos a brincar, desta vez, aos insultos discriminatórios e os autores são, infelizmente,  os mesmos de sempre: pessoas sem ocupação que só sabem culpar os "ismos". Só que desta vez não se aperceberam que estão a ir longe demais. Nem deram conta de quão perigoso é este jogo de insultar discriminatoriamente um concidadão ou grupo deles, unidos pelos vínculos étnicos ou religioso. 

Os autores desta brincadeira sem graça, parecem ignorar que somos, enquanto país, um conjunto de fragmentos étnicos vários que precisam de ser unidos para a formação duma nação supra-etnica. 

Ser guineense significa conhecer esta realidade e te-la em devida linha de conta em tudo que se faz e se vai fazer. Quem assim não procede,  areisca-se ser extirpado da convivência que se pretende presente para a edificação da nossa colectiva identidade,  forjada na diversidade étnica e religiosa. 

Culpar as etnias ou religiões pelo atraso deste país é coisa de loucos. Ninguém, em seu são juízo, ousa levantar dedo contra esta ou aquela tribo ou religião pela estagnação do país. A culpa é das escolhas de modelos que fizemos ao longo do percurso históricos que fizemos até aqui. Mas ainda vamos a tempo de corrigir tudo e temos um país que permite e promete. Temos solo fértil, muita água doce nos rios corrubal e Gera,  duas condições indispensáveis para agricultura; temos um mar riquíssimos em recursos pesqueiros; não nos faltam recursos minerais que cheguem; a nossa configuração geográfica de um país costeiro e,  parcialmente, insular oferece-nos excelentes condições para um turismo de qualidade que pode ser uma fonte de receitas incalculáveis,  sem contar com abençoado porto de águas profundas em Buba que,  se bem pensado,  pode conferir-nos a condição dum país geo-estrategicamente forte no contexto subregional e por fim temos uma diversificada riqueza florestal e "faunal" fora de comum.

Que mais queremos?  Que culpa têm as tribos de não soubermos aproveitar este enorme potencial que a natureza colocou à nossa disposição? Sejamos sérios e honestos!  Não adianta inventar podes expiatórios porque o seu sangue não se adequa para expiar nossos pecados históricos cometidos anos a fios da desgovernação!

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