quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

VIII CONGRESSO DA DESFORRA POLÍTICA…

Quem disse que o passado não joga no presente? O VIII Congresso do PAIGC a decorrer na cidade velha de Cacheu é o exemplo desta premonição. É preciso recordar que, no PAIGC, a geração bem colocada para substituir a velha-guarda é, sem dúvida, àquela que é comumente representada pelo malogrado deputado e destacado dirigente, Hélder Proença, por Ernesto Dabó, entre outros. Geração que combatiam pelos ideias “cabralistas” na juventude Amílcar Cabral. Pergunto: por onde vagueiam os quadros do partido dos libertadores, bem instruídos e cultos? Resignados ou escorraçados pela nova orientação política “capitalista” do partido?

Ora, como atrás referia, as atuais divergências internas no seio dos “camaradas” são a imagem das contradições anteriores que resultaram na morte do Presidente Malam Bacai Sanhá. Recordo-vos de que no conflito político-militar de 7 de Junho de 1998, Malam Bacai Sanhá e Carlos Gomes Júnior estiveram na mesma trincheiras contra Nino Vieira. Mas, quando Bacai Sanhá se ascendeu a Presidente da República despoletou a discórdia entre o Presidente da República e o então Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior. Consta, portanto, que uma das causas da desavença política entre os dois estadistas se relacionava com a necessária averiguação judicial das mortes ocorridas no período pré-eleitoral, sobretudo, as do antigo Presidente Nino Vieira, Hélder Proença e Baciro Dabó. Nesse tempo, havia muitas manifestações de rua convocadas pelo maior partido da oposição, o PRS. Nesses “encontrões e vai não volta”, o Presidente Bacai Sanhá saca da cartola um coelho: Braima Camará (Bá-Kekutó) para disputar o lugar de Primeiro-ministro, em oposição a Carlos Gomes Júnior. Refira-se que a estratégia de Bacai Sanhá não visava jogo pelos ideais políticos e de princípios, mas sim a partir da capacidade económica dos protagonistas políticos. Por isso a opção por Braima Camará para enfrentar o “multimilionário, empresário e governante” Carlos Gomes Júnior. E este, entretanto, com a morte do Presidente da República, pula-se à-toa para se candidatar ao cargo de  Presidente, lançando na algibeira Domingos Simões Pereira como seu sucedâneo no cargo de Primeiro-ministro. Terá sido a Adiatu Nandigna que travou a astúcia preparada com conivência de Portugal, Angola e Cabo Verde.

É, portanto, desta forma que se apercebe, com clareza, o que poderá estar em jogo neste VIII Congresso. No meu ponto de vista posso assegurar-vos de que por sorte o VIII Congresso escapará a luta entre quadrilhas do dinheiro que se aproveita da sua grandeza para tirar dividendos pessoais, tal como fizera Cadogo Jr.

Deus Abençoe a Guiné-Bissau!    

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