Cacém
      
Abril 06, 2025

domingo, 22 de agosto de 2021

 UM RECADO PARA OS MILITARES GUINEENSES

Na verdade, dos tempos que já lá vão para cá, nem todas as altas chefias militares (e paramilitares) guineenses – no activo ou na reserva -- têm tido um comportamento republicano saudável, dentro dos parâmetros institucionais e constitucionais aceitáveis.  

Mas, também não é menos verdade de que nem o Estado guineense, nem os seus políticos e dirigentes investiram o suficiente capital político e diplomático no sentido de criar um clima (nacional, regional e internacional) para o levantamento das sanções estabelecidas pelo Conselho de Segurança da ONU em 2012. Isto porque, em parte, ao Estado guineense falta quase tudo – estabilidade interna, credibilidade externa, preparação, sabedoria, recursos e a devida habilidade em lidar com assuntos de grande envergadura regional ou internacional.

Mais cedo os militares guineenses souberem (prudentemente) encarar esta realidade e, consequentemente evitarem quaisquer actividades, relacionamentos transaccionais “venenosos” e promessas altamente duvidosas, melhor será para eles, atendendo, sobretudo, o peso institucional que enxergam dentro do contexto histórico e político da nossa sofrida e martirizada República da Guiné-Bissau.

A dificuldade está, reconhecidamente, na obrigatória dependência e obediência institucional (e administrativa) das nossas FARP à gestão e às influências governativas que, infelizmente, são altamente politizadas e individualizadas, num Estado onde – também calculadamente – quase tudo se compra e tudo se condiciona. E são estes condicionalismos que têm tornado quase impossível a sobrevivência de qualquer cultura institucional no país, por mais forte, heróica e enraizada que ela seja. 

Caso para dizer, quase todos nós somos vítimas do nosso Estado das coisas. Mas, é preciso que nos despertemos de novo, a começar por àqueles que juraram defender a nação guineense – nos termos da Constituição e da lei.


--Umaro Djau

22 de Agosto de 2021

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.