GUINÉ-BISSAU E A QUESTÃO DE VACINAS COVID-19
Para o Governo da Guiné-Bissau:
Contrariamente ao comunicado do Conselho de Ministros de 14 de Janeiro de 2021, não há uma vacina com o nome “COVAX”.
Existe sim uma vacina chamada “COVAXIN” desenvolvida pela empresa indiana estatal de biotecnologia, “Bharat Biotech”. Todavia, esta vacina não deve ser confundida com a iniciativa “COVAX”.
COVAX foi uma iniciativa lançada em Abril do ano passado, juntando a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Comissão Europeia e a França. A iniciativa inclui governos, organizações globais de saúde, fabricantes, cientistas, sector privado, etc., com o objectivo de acelerar os trabalhos de pesquisa, diagnósticos, tratamentos e de desenvolvimento de vacinas COVID-19. Através de COVAX, 190 países membros podem negociar adequadamente os preços das vacinas ou podem procurar financiamentos.
Como sendo um país com baixa rentabilidade económica, o que me parece obvio é o facto de a Guiné-Bissau estar a TENTAR ter o acesso às vacinas de Covid através dessa iniciativa, que de outra forma, não teria condições de o fazer. 92 países fazem parte desta categoria.
Mas, o acesso às vacinas estará sujeito à disponibilidade de financiamento ou através de ajudas filantrópicas. Lamentavelmente, aos países como a Guiné-Bissau só estarão disponíveis doses suficientes para vacinar até 20 por cento da sua população, numa primeira fase (possivelmente até o final do ano 2021), devido à demanda do mercado mundial.
Sabendo que é preciso vacinar entre 60% a 80% da população para atingirmos a imunidade colectiva, é bom que o Governo da Guiné-Bissau seja transparente para com a sua população nesta matéria para evitar falsas expectativas. Portanto, seria aconselhável continuar ainda com as medidas de confinamento, de higiene e de distanciamento social porque a Guiné-Bissau estará na lista de “espera” por muito tempo.
Assim, a esperada visita do Presidente de Cabo Verde Jorge Carlos Fonseca à Guiné-Bissau, o recente jogo de confraternização entre as instituições estatais, assim como a Presidência Aberta em Gabú e Bafatá podem ser todos considerados como contraproducentes aos esforços de contenção de Covid-19 na Guiné-Bissau.
--Umaro Djau
17 de Janeiro de 2021
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