Tenho a saudade dos tempos quando se condenava o adversário político-partidário com o uso de expressões tipo "abaixo, rua" (tal fulano).
Uma boa parte de militantes e activistas de hoje prefere, infelizmente, os repugnantes apupos tipo (abô i) "FDP". Já os ouvi, repetidamente, em vários directos nas redes sociais. Também os ouvi ontem durante uma manifestação contra a presença do Presidente Umaro Sissocó Embaló, em Lisboa.
Sou da opinião de que uma "revolta" bem organizada precisa de ser guiada por cidadãos recheados de valores e princípios básicos e capazes de se comportar, principalmente nos meios públicos, com o devido juízo e maneirismo, conjugado com a decência.
O acto público de "coba mal", para além de revelar uma gritante falta de preparação pessoal, não transporta visões, valores e nem conteúdos estratégicos, do ponto de vista político, cultural ou social.
E porque atrás de cada revolta ou movimento esteja sempre um rosto, as consequências raramente se evaporam sem deixar as suas marcas (temporais ou longínquas) no circunflexo da órbita político-social.
Pior ainda: num nível mais abrangente -- e numa perspectiva de psicanálise -- quando certos comportamentos são irracionalmente praticados e absorvidos, eles se tornam irreversíveis e difíceis de erradicar da esfera social.
Assim, os que são os "rostos" dessas manifestações (nos dois lados da barricada) devem fazer o esforço de educarem os seus militantes, activistas e seguidores, em nome da moralidade política, da decência pública e do futuro da Guiné-Bissau e da sua coexistência democrática.
--Umaro Djau
8 de Outubro de 2020
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