quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Dra. Cadi Seidi, com razão

 Opinião cidadã!


HMASG:


Ouvi a declaração hoje do Diretor do Hospital Militar Principal Amizade Sino-Guineense, sobre o caso Dr. Catchura,  onde confirma que ele tinha um quadro de Abdome Agudo Cirúrgico mas, faltava um médico para o poderem levar à sala do bloco operatório por isso, decidiram a sua evacuação para o HNSM. Se for assim, pode-se perguntar:


1. Ele esteve sozinho ou acompanhado;

2. Qual foi a forma em que foi evacuado: 

   - foi levado numa ambulância;

    - foi acompanhado por um médico ou técnico  de saúde como manda às normas de evacuação de um paciente grave?

- foi canalizado, colocado o soro, a sonda vesical e nasogastrica,  tinha um resumo da sua situação clínica,  hora de entrada e saída do HMPASG?

   - Teve Rx, Hb, leuco, grupo sanguíneo por ser uma urgência cirurgica com risco de se transformar numa emergência cirúrgica de acordo a sua evolução clínica e tempo de atendimento?

   - Quando o evacuaram para HNSM, na urgência do mesmo, o pessoal de saúde que o acompanhou levou-o até a sala de urgência,  entregou a sua micro- história clinica e informou verbalmente a ocorrência do caso?


HNSM:


-Se o hospital Militar cumpriu todas essas formalidades de evacuação de um paciente com um abdome agudo cirúrgico, entao o médico de urgência da cirurgia do mesmo hospital, segundo depoimentos da Direção,  o interrogou. Será  que o examinou e viu que não  estava em perigo eminente de vida? Porquê que não  ficou na observação com um técnico  a segui-lo, cómo  tinham segundo dizem casos com emergência médica com muito sangramento. Estes feridos graves, todos eram de cirurgia ou haviam outros que podiam ser atendidos pelos ortopedista,  liberando assim, o cirurgião para dar atenção à urgência cirurgica e quiça com apoio do outro cirurgião do HMPASG?

-Chegou às  4 h ao HNSM segundo o DG e chegou à clínica em causa às 7 horas. Esteve mais de 2 h na urgência do mesmo? Se não,  onde esteve essas 3 horas antes de dar entrada na clínica?

- cómo foi enviado para a clínica,  numa ambulância com todos os procedimentos indicados anteriormente?


Clínica:


- O dono da clínica e cirurgião fez serviço e amanheceu no HNSM segundo o DG do HNSM na sua conferência de imprensa, será que estaria em condições de poder operar um outro caso grave de várias horas de evolução que lhe chega de urgência quiçá não  esperada e nem planificada? Será que a clínica estava preparada para operar naquele momento acabando de vir o seu médico de um serviço de vela cirurgica?


- segundo o DG do HNSM o paciente deu entrada na clínica as 7h00 e declararam o óbito às  11 horas de manhã sem ter sido operado. 4 horas de espera?.


- Seria bom também ouvir a declaração do pessoal da Clínica. 


Observações:


- Eu penso que todas às instituições envolvidas  neste caso, deviam assumir a culpa e, pedir desculpa pública e não continuarem a querer delibar-se e atribuíndo  o outro a culpa.


- Como sabemos todos que, ao longo de vários houve vários casos como do Dr. Bernardo em todos os serviços sanitários do país. Muitas das vezes chamou-se atenção da necessidade de uma boa triagem, confeção da História clínica ( interrogatório, exame físico e complementar), referência e contra referência de casos graves, atitude dos técnicos em caso de dúvidas nos procedimentos administrativos e técnicos sanitários, discussões dos casos graves e dos óbitos,  ajudam muito a evitar novos erros médicos e de procedimentos.


- O maior culpado de tudo isto, é o cidadão guineense ( políticos, governantes,  militares, policiais, homens do sector judicial,  Deputados , jovens, mulheres e povo em geral) que alimentam permanentemente à instabilidade política, governativa, judicial e ética. Tudo isso, reflete- se na desorganização do sistema desde o Ministério da saúde até às bases comunitarias. No sistema educativo, na formação do quadro do setor sanitário. Os ministérios da economia e finanças conjuntamente com a função pública na colocação, valorização e motivação dos quadros de saúde. O Ministério da Justiça que facilita a impunidade, o Ministério das infraestruturas e dos transportes, o Ministério da energia e água, o Ministério do interior em relação a segurança das instituições e vias públicas, os Ministérios da agricultura e do comércio em relação a produção,  importação e conservação dos produtos alimentícios e farmacêuticos,  a ANP na fiscalização do cumprimento da ação governativa, a Presidência da República na construção e consolidação da paz e estabilização política governativa. A sociedade civil e as mídias na sensibilização da população e dos governantes sobre a necessidade de prestar melhor atenção  ao setor sanitário independentemente da cor partidária e opção politica do técnico e dos utentes de saúde, a população também tem à sua quota parte ( cuidar do seu corpo, da sua alimentação,  do ambiente, da sua poupança para saúde, em fim de tudo). Elencamos tudo isso para demonstrar que a situação do estado de saúde guineense, não depende só do Ministério da saúde.


- Muitos de nós, já fomos vítimas do sistema.

- Esta é só uma opinião e não um julgamento público porque não sou desse sector, mas sou guineense desprovida neste caso do fardo político - partidário.


O Dr. Bernardo Mário Catchura lutou em vida para pôr cobro a esta desorganização social e ainda morto, deu-nos de novo uma oportunidade para podermos deixar as guerinhas de todo tipo e concentramos na melhoria da ação governativa do país em todos os sectores. 


Glória eterna à todos que partiram antecipadamente deste mundo como o Dr. Catchura, a criança de 3 anos e agora o jovem Fredy,  pelo erro do sistema governativo da Guiné-Bissau!


Dra Cadí Seidi

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